Autor(es): Amanda Montanari dos Santos , Jéssica Pereira Gobi e Juliano Rodrigues Gimenez,
Orientador: Gisele Cemin
Quantidade de visulizações: 161
A mastofauna desempenha um papel vital nos ecossistemas como reguladora de populações, dispersora de sementes e indicadora da qualidade ambiental. No entanto, a fragmentação de habitats e as mudanças no uso do solo vêm comprometendo sua conservação no Brasil. Em Arroio do Sal, litoral norte do Rio Grande do Sul, o avanço da urbanização, da agricultura e da silvicultura pode estar impactando diretamente a presença e a distribuição dessas espécies. Diante desse cenário, o presente estudo tem como objetivo investigar possíveis relações entre os registros de ocorrências de mastofauna e os padrões de uso do solo no município, com base em dados secundários. A metodologia consiste na coleta e organização de registros secundários de mastofauna provenientes de bancos de dados oficiais, publicações científicas e projetos de monitoramento ambiental realizados na região. Já para a análise dos dados de uso do solo, foram empregadas técnicas de processamento de imagens e sistemas de informação geográfica (SIG), os quais foram importados para o
software QGis, para elaboração do mapa temático. Essas abordagens permitiram a identificação e o mapeamento das alterações no uso e ocupação do solo do município. O município apresenta predominância de campos alagados e secos (32,25%), seguidos por áreas urbanizadas (16,18%), massas d’água (14,70%) e vegetação arbórea (10,06%). Há ainda expressivas porções de agricultura (7,6%), silvicultura (6,6%) e banhados (5,3%). A análise integrada revelou que espécies com maior tolerância a ambientes modificados, como o gambá-de-orelha-branca (
Didelphis albiventris) e o morcego-de-cauda-grossa (
Molossus molossus), ocorrem frequentemente em áreas urbanas e agrícolas. Já espécies mais sensíveis, como o gato-do-mato-pequeno (
Leopardus tigrinus), estão associadas a fragmentos de vegetação mais preservada, como banhados e formações de restinga paludosa. Essas relações evidenciam que o mosaico de paisagens de Arroio do Sal ainda oferece condições para a permanência da fauna nativa, mas que a continuidade desses habitats é fundamental. Conclui-se que a conservação da mastofauna no município depende da proteção e manejo adequado dos remanescentes naturais, da conectividade entre os fragmentos e da mitigação dos impactos causados pelo avanço urbano e produtivo. Com base nesses padrões, recomenda-se a implementação de ações que integrem planejamento territorial, recuperação ecológica e educação ambiental voltada à valorização da fauna local.
Palavras-chave: Biodiversidade, Mastofauna, Uso do solo