Psicanálise e ansiedade na adolescência: sintomas diante da falha do ambiente

Autor(es): Júlia Schwantes Soldatelli
Orientador: Tania Maria Cemin
Quantidade de visulizações: 210

Psicanálise e ansiedade na adolescência: sintomas diante da falha do ambiente
Este trabalho integra o projeto “INOVAPSI 4 - Intervenções na Psicologia Clínica: integração, ensino, serviço e inovação”, que tem como objetivo articular teoria e prática clínica a partir da sistematização de atendimentos realizados no Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA) da Universidade de Caxias do Sul. O estudo propõe uma leitura teórica sobre manifestações de ansiedade adolescentes, utilizando como referência os aportes psicanalíticos de Freud e Winnicott. A partir da análise de oito prontuários psicológicos, selecionados por apresentarem sintomas ansiogênicos durante o contexto pandêmico, identificaram-se fatores frequentes como conflitos familiares, luto, bullying, automutilação, ideação suicida e dificuldades de relacionamento. Na perspectiva freudiana, a angústia é compreendida como uma reação do Eu diante de perigos externos ou internos, sendo central na formação dos sintomas neuróticos. Freud destaca a angústia como um  mecanismo antecipatório de defesa diante da possibilidade de revivência do desamparo. Já para Winnicott, a ansiedade está relacionada a falhas no ambiente suficientemente bom, comprometendo a formação do self e gerando experiências impensáveis que se expressam por meio de sintomas. Nos casos analisados, identifica-se que as manifestações de ansiedade frequentemente coexistem com quadros depressivos e expressões de sofrimento intenso, revelando o impacto de falhas ambientais e vinculares no desenvolvimento emocional. Assim, o estudo reforça a importância de um olhar clínico sensível, visando à compreensão ampliada do sofrimento psíquico na adolescência, bem como à promoção de estratégias de cuidado que considerem a singularidade do sujeito em sua inserção relacional.

Palavras-chave: Psicanálise, Ansiedade, Adolescência