Autor(es): Lilian Ferrari
Orientador: Sonia Regina da Luz Matos
Quantidade de visulizações: 163
A pesquisa propõe investigar a obra
Traces d’être et bâtisse d’ombre (1983), do escritor e educador francês
Fernand Deligny (1913–1996). Como
método, adota-se o estudo bibliográfico conceitual da obra, ancorado na tradução do original em francês para o português, realizada pela pesquisadora de Iniciação Científica. O livro documenta a experiência conduzida pela chamada
rede-Deligny, na região de Cévennes (França) centrada na convivência cotidiana com crianças autistas. Nesta experiência, os adultos - nomeados de
presenças próximas - conviviam no mesmo espaço geográfico, e, eram encarregados de observar e registrar, sem realizar qualquer tipo de intervenção. Os registros eram feitos por meio de diários e mapas das movimentações e objetos do local, compondo uma
prática cartográfica da convivência em rede. Os
traços (
traces) dessa cartografia são os percursos espontâneos, os gestos, os movimentos e as marcas deixadas pelas crianças no espaço - vestígios de presença que não dependem da linguagem verbal. Trata-se de um modo de inscrição pela experiência do dia-a-dia. O
objetivo geral da pesquisa é extrair o conceito de traço, tal como concebido por Deligny (e a rede), explorando sua articulação com uma possível atuação
clínica e
pedagógica voltada à
diferença. Para isso, os
objetivos específicos são:
1. conhecer a experiência de Deligny e a rede;
2. traduzir a obra
Traces d’être et bâtisse d’ombre (1983);
3. produzir um glossário com os termos da obra;
4. apresentar a ideia de traço a partir dos mapas da cartografia;
5. estabelecer conexões entre a obra, uma pedagogia, uma clínica e diferença. A pesquisa já cumpriu o objetivo 1; os objetivos 2 e 3 estão em andamento, sendo que o livro possui 114 páginas e será traduzido até setembro de 2025; e os objetivos 4 e 5 terão início após a conclusão da tradução, com encerramento previsto para
agosto de 2026. Esta investigação contribui para a formulação de uma prática de traço do ser, como expressão da diferença e potência. Pode o conceito de traço, tal como concebido por Deligny, articular-se com uma possível atuação clínica e pedagógica?
Palavras-chave: Deligny, Pedagogia, Traço