A subjetividade da personagem migrante na obra Partir, de Tahar Ben Jelloun

Autor(es): Maria Teresa Echevengua Maldonado
Orientador: Márcio Miranda Alves
Quantidade de visulizações: 187

Os fenômenos das migrações e das diásporas na história contemporânea têm reverberado de forma intensa na literatura ficcional. Assim, este trabalho tem por objetivo analisar o personagem Azel All Arab, do romance Partir, do escritor franco-marroquino Tahar Ben Jelloun, a fim de investigar a subjetividade desse sujeito migrante. A justificativa para essa abordagem reside na possibilidade de contribuir para a análise do processo de humanização desses sujeitos, os quais devem ser compreendidos em suas particularidades existenciais. Para este estudo, utiliza-se como aporte teórico os conceitos de “não lugar" e “não-ser’’, desenvolvidos na obra Identidade e diferença, de Stuart Hall (2005). Para Hall (2005), a identidade não é fixa, sendo a fragmentação uma consequência do deslocamento. Nesse sentido, o "não lugar" e o "não-ser" referem-se à ausência de pertencimento pleno, causada justamente por esse deslocamento entre culturas diferentes, na maioria das vezes forçado. Azel All Arab representa o sujeito que enfrenta essa situação de não pertencimento ao deixar o Marrocos em busca de oportunidades na Espanha. Conclui-se que o personagem tem sua identidade fragmentada devido a tudo o que ele passa em sua condição de sujeito migrante.

Palavras-chave: identidade, desraizamento , migrar