O sumiço do escravizado Francisco: objetos de feitiçaria e cultura popular
Autor(es): Graziela Muterle Tonello
Orientador: Roberto Radunz
Quantidade de visulizações: 140
Este estudo apresenta os resultados preliminares sobre um processo crime, que se passa no Brasil Imperial entre os anos de 1873 e 1874, no Rio Grande do Sul. O processo em questão encontra-se acervado no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. O escrito jurídico foi fotografado, transcrito e encontra-se em fase de análise. O caso envolve a acusação de práticas de feitiçaria e curandeirismo por parte de um escravo, de nome Francisco, que supostamente causou danos a família de Antonio Medeiros. As investigações iniciais acusam os irmãos Medeiros e o escravo Antonio, de terem matado e consumido Francisco. Porém, quase ao fim do processo, emerge a descoberta de que Francisco se encontrava em outra localidade, absolvendo os réus que haviam sido acusados injustamente. Esta pesquisa propõe-se a uma análise mais aprofundada das dinâmicas sociais e culturais subjacentes a este incidente, com especial atenção para o contexto histórico do Rio Grande do Sul do século XIX. Utilizando a abordagem da História Social, o estudo busca elucidar as relações de poder, as crenças populares e as formas de resistência manifestadas tanto pelos escravos quanto pelos senhores. No plano teórico dão sustentação autores como Moreira (2010), Cuetos (1996) e Dias (2010). Embora ainda em estágio de transcrição e análise, este trabalho pretende contribuir para a compreensão acadêmica das complexidades da escravidão e da justiça no Brasil Imperial, particularmente no que diz respeito à influência das práticas de feitiçaria na dinâmica social da época.
Palavras-chave: Feitiçaria, Escravidão, Processo-crime