PREDISPOSIÇÃO PARA A ATUAÇÃO INTERPROFISSIONAL NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Autor(es): Fernanda Bitencourt Prigol
Orientador: Magda Macedo Madalozzo
Quantidade de visulizações: 106
Por interprofissionalidade, entende-se a capacidade dos profissionais de se articularem em suas funções e conhecimentos e colaborarem entre si, tendo em vista a ampliação da resolutividade das demandas de cuidados em saúde. Esta pesquisa objetivou analisar a predisposição dos profissionais de saúde das equipes da Atenção Básica em Saúde do município de Caxias do Sul em trabalhar colaborativamente com colegas de outras profissões. Caracterizou-se como um estudo quantitativo com delineamento de pesquisa de campo, descritivo, exploratório, com viés transversal. Utilizou-se a Escala Jefferson de Atitudes Relacionadas à Colaboração Interprofissional (EJARCI) para avaliar a percepção da colaboração interprofissional nas Unidades Básicas de Saúde da área urbana de Caxias do Sul. Foram convidados a participar do estudo todos os profissionais de saúde que atuam nas UBS, bem como os técnicos de enfermagem e os agentes de saúde. A média de respostas ao EJARCI indicou uma alta predisposição geral dos participantes em trabalharem de maneira interprofissional. A partir da análise da significância dos dados sociodemográficos, a variável 'profissão' indicou que os profissionais de áreas como serviço social, psicologia, nutrição, terapia ocupacional e farmácia apresentaram maior predisposição à interprofissionalidade, enquanto agentes de saúde mostraram menor predisposição. A variável 'tempo que atua na unidade de saúde' revela que profissionais com menos tempo de atuação apresentaram uma predisposição ligeiramente maior para a interprofissionalidade, podendo sugerir que a predisposição à interprofissionalidade diminui ao longo dos anos de atuação, ou que a formação de caráter 'monodisciplinar' desses profissionais possa ter impactado em sua predisposição. A alta predisposição para a interprofissionalidade evidenciada nos resultados denota um ambiente fértil para o desenvolvimento de práticas colaborativas no contexto da Atenção Básica em Saúde nas UBSs urbanas do município. Destaca-se a importância de incentivar a interprofissionalidade nos processos de formação, bem como na necessidade de estruturar práticas considerando aspectos como a escolaridade e as características de cada atuação para facilitar a adesão à estratégia e contribuir para a melhoria da saúde e do bem-estar dos profissionais e, consequentemente, da comunidade atendida.
Palavras-chave: Interprofissionalidade, Atenção Básica em Saúde, Práticas colaborativas