Enlaces entre psicose e tentativa de suicídio em período covid-19
Autor(es): Isadora Barbosa
Orientador: Tania Maria Cemin
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Este estudo de Iniciação Científica faz parte do projeto de pesquisa INOVAPSI-3 e INOVAPSI-4 - Intervenções na psicologia clínica: integração, ensino-serviço e inovação. A partir da coleta das informações realizada no INOVAPSI-3, que diz respeito aos atendimentos da psicologia realizados no período da pandemia de COVID-19. Foi possível identificar que a tentativa de suicídio é um ato muito recorrente em pacientes que procuram o SEPA - UCS de Caxias do Sul/RS, frente a isso, surge o interesse em escrever sobre o tema psicose, visto que, alguns pacientes apresentam sintomas regressivos que remetem a um funcionamento estruturante psicótico. Apontando a importância do estudo, a WHO (2014) estima 800 mil mortes por suicídio no mundo por ano, o que equivale a uma pessoa a cada 40 segundos, considerando também os dados da OPAS (2016), que estimam que nas américas, cerca de 100 mil pessoas cometem suicídio por ano. Contudo, referente ao período pandêmico, a Fiocruz (2022) aponta que ocorreu uma estabilidade dos casos de suicídio no Brasil, permanecendo com uma tendência crescente independente da pandemia de COVID-19. Considera-se que o número de tentativas de suicídio seja de 10 a 20 vezes maior que o número de óbitos por suicídio, sendo o Sul do país a região com os maiores índices de tentativas de suicídio (Silva et al., 2023). Deve-se considerar o sujeito a partir da sua dinâmica de funcionamento psíquico que se manifesta na sua experienciação dos afetos, sendo consciente ou inconsciente, cujos conflitos são mais intensos em sujeitos com potencial suicida. (Cassorla, 2017). A psicose inicia sua organização desde a infância, e se estrutura a partir do Complexo de Édipo no qual o sujeito nega a castração, segundo Lacan (1999), ocorre o fracasso da metáfora paterna e o não registro das leis sociais. A maior parte das tentativas de suicídio cometidas por indivíduos com transtornos mentais graves ocorre quando o sujeito está diante da ameaça de desintegração psicótica, nesta ameaça constante, o sujeito perde a percepção do que é realidade interna e externa, se sente aterrorizado à frente de um aniquilamento, para combate-lo o sujeito cria um mundo irreal à parte, muitas vezes com delírios e alucinações, o sofrimento perante a ameaça de desintegração é intenso e o sujeito percebe o suicídio como a sua única saída para este sofrimento. Assim, quando o sujeito tenta suicídio, muitas vezes ele não está procurando a morte, mas fugindo do aterrorizante (Cassorla, 2017).
Palavras-chave: Psicose, Tentativa de suicídio, Psicanálise, COVID-19