A experiência da autoficção na obra A Chave de Casa, de Tatiana Salem Levy
Autor(es): Vicente Azevedo de Oliveira
Orientador: Márcio Miranda Alves
Quantidade de visulizações: 124
Os fenômenos da memória e lembranças, do pertencimento e do deslocamento, têm sido temas evidenciados na literatura contemporânea. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo analisar o modo como se apresenta a identidade fragmentada da narradora-personagem na obra
A Chave de Casa, de Tatiana Salem Levy, a partir da perspectiva da autoficção. A escolha por essa abordagem deve-se à possibilidade de contribuir para a discussão sobre o entendimento do limite entre realidade e ficção, além de refletir sobre o processo de elaboração do eu e da jornada de se encontrar na literatura, particularmente aquela relacionada ao fenômeno das migrações. O estudo utiliza como repertório teórico os conceitos de “pacto ambíguo” e “ambiguidade referencial”, desenvolvidos por Serge Doubrovsky (1977) e Anna Faedrich (2015), no campo da autoficção. A narradora e protagonista da obra, que não possui nome, vivencia um percurso de reconstrução individual da identidade marcado por lembranças da infância, relatos familiares e a viagem à Turquia em busca das origens. Segundo Faedrich (2015), a identificação entre autora e personagem, somada ao uso de elementos biográficos, reforça o caráter autoficcional da narrativa. Conclui-se que a protagonista apresenta uma identidade única e fragmentada, fruto da constante oscilação entre o real e o ficcional, e da tentativa de reconfigurar suas memórias, reafirmando sua condição de sujeito em trânsito entre diferentes tempos e espaços.
Palavras-chave: Identidade, Migração, Autoficção