Estratégias de Intervenção em Situações de Desastre: Recomendações a Partir da Enchente no Rio Grande do Sul em 2024

Autor(es): Valentina Del Pino Borghetti
Orientador: Silvana Regina Ampessan Marcon
Quantidade de visulizações: 195

Estratégias de Intervenção em Situações de Desastre
Em 2024, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por uma enchente histórica, que comprometeu a infraestrutura e economia da região. Como resposta, a população se mobilizou em ações voluntárias, formando equipes que atuaram nas áreas afetadas. Desastres dessa magnitude impactam não apenas os territórios atingidos, mas também a saúde física e mental de trabalhadores e voluntários envolvidos na assistência. Este trabalho tem como objetivo apresentar estratégias de intervenção propostas a partir de uma pesquisa que investigou aspectos psicossociais relacionados à saúde mental desses profissionais e voluntários. O método utilizado foi uma pesquisa quantitativa, descritiva e exploratória, baseada na aplicação de questionário online com 185 participantes aplicado no mês de junho de 2024. Os dados foram analisados por meio de técnicas estatísticas. Os resultados demonstraram que 78% dos participantes relataram alta carga de trabalho, associada a maiores níveis de estresse e vulnerabilidade emocional. Fatores como apoio psicossocial, boas relações interpessoais, controle sobre atividades e manejo de sintomas auxiliaram na redução do estresse. Em contrapartida, estratégias de esquiva se associaram ao aumento do sofrimento. Além disso, o apoio psicossocial emergiu como um importante fator de proteção. O enfrentamento adaptativo mostrou-se essencial para a adaptação dos trabalhadores, e ações voltadas à preservação e fortalecimento de recursos revelaram-se fundamentais. Com base nestes achados, intervenções focadas no fortalecimento do apoio psicossocial ganham destaque. Para além, instituir programas de capacitação em estratégias de enfrentamento adaptativas, promoção de uma cultura organizacional de suporte à saúde mental, criação de protocolos de gestão de crises e treinamentos regulares para resposta a desastres, além da estimulação da autonomia e do controle sobre as tarefas são movimentos recomendados.  A implementação dessas ações pode promover o bem-estar, contribuindo para a construção de ambientes mais resilientes e preparados para contextos adversos. Como desdobramento da pesquisa, foi elaborado o e-book Preparação, Resiliência e Resposta: guia prático para trabalhadores e voluntários em emergências, desastres e catástrofes, em parceria com Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho, articulando evidências científicas e recomendações práticas, ampliando o acesso a estratégias de enfrentamento e cuidado em situações emergenciais.

Palavras-chave: Desastres, Estratégias, Voluntários