A Pedagogia enquanto ciência crítica da transformação humana

Autor(es): Julia Pedroni , Andréa Wahlbrink Padilha da Silva,
Orientador: Nilda Stecanela
Quantidade de visulizações: 194

A PEDAGOGIA ENQUANTO CIÊNCIA CRÍTICA DA TRANSFORMAÇÃO HUMANA
Este trabalho se situa no Projeto de Pesquisa “A Pedagogia enquanto ciência crítica da transformação humana” vinculado ao Projeto matriz intitulado “Experiências Formativas Entrelaçadas: do cotidiano da Educação Superior ao Cotidiano da Educação Básica”, coordenado pela Professora Nilda Stecanela e fomentado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo é apresentar os resultados do estudo e análise da identidade do curso de Pedagogia, a fim de compreender quais caminhos ele percorre na atualidade. O projeto foi mobilizado pela experiência de ser estudante de Pedagogia e pela revolta ao entender que há estudos políticos e sociais mascarados pelas normatizações e pragmatismo. Dessa forma, o projeto problematiza a atuação e formação em Pedagogia no âmbito acadêmico, buscando qual o seu papel sociedade e que possibilidades existem em sua ação. O estudo foi realizado por meio de um estudo qualitativo, de cunho bibliográfico, considerando as contribuições de Macedo (1994). O marco teórico para o direcionamento do foco do estudo teve por base a obra: Pedagogia: teoria, formação e profissão organizado por Pimenta e Severo (2021), a qual representa uma interlocução de autores e estudos ocupados em refletir sobre o estatuto científico e formativo da Pedagogia no Brasil. Também considerou as contribuições de Saviani (1985) no que tange a história dos movimentos críticos e não críticos da Pedagogia, assim como Libâneo (2010), mais uma vez na defesa e argumentação da Pedagogia enquanto ciência e sua constituição e trajetória histórica. Como resultados, é possível afirmar que a formação e atuação em Pedagogia ocupa um lugar de reducionismo na sociedade a partir de quatro pontos analisados: a falta de caráter científico; a difusão de uma Pedagogia ingênua; a formação tecnicista; e a misoginia historicamente instituída. Esses elementos, longe de serem isolados, operam de forma interligada, produzindo um processo contínuo de desintelectualização de estudantes e profissionais da Pedagogia. A partir disso, os estudantes e profissionais não são desafiados a questionar ou a construir conhecimentos, mas a reproduzir ideias e métodos. Dessa forma, ao deixarem de questionar e refletir, acabam por reproduzir a lógica da sociedade vigente e permanecem no âmbito da consciência ingênua, não avançando para a consciência crítica ou epistemológica (Freire, 2023). Esse contexto contribui para a manutenção do sistema, não estimula a autoria e, consequentemente, não propulsiona a autonomia.

Palavras-chave: Pedagogia, Transformação , Ciência