Autor(es): Julia Eduarda Frohlich , Luciana Cristina Mancio Balico, André Santa Lúcia, Gabrielle Siota Schramm, Eduarda Taube Rotta, Laura Prestes Tochetto,
Orientador: Alice Maggi
Quantidade de visulizações: 211
Este trabalho de iniciação científica integra o projeto
"Promovendo a resiliência e a saúde mental na infância: aplicativo assistivo baseado em IA", vinculado ao
OBSERVASMIII – Observatório de Saúde Mental III, um projeto guarda-chuva que articula ensino, pesquisa e assistência em saúde mental. O objetivo do estudo é analisar a prevalência de experiências adversas na infância (EAIs) e de eventos de vida relacionados, bem como suas associações com desfechos de saúde física e mental em crianças e adolescentes. Trata-se de um estudo transversal realizado em um Centro Clínico de Saúde Multidisciplinar e em um Centro de Referência em Atendimento Infantojuvenil de um hospital geral especializado no atendimento a vítimas de violência, com a participação de 202 cuidadores de crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. A investigação utiliza o instrumento
Pediatric ACEs and Related Life Events Screener (PEARLS), cuja versão brasileira, recentemente validada, foi intitulada
Experiências Adversas na Infância Pediátrico e Rastreador de Eventos de Vida Relacionados (PEARLS-BR). Entre esses cuidadores, 78,2% relataram ao menos uma EAI vivida pela criança sob seus cuidados. Também foram coletados dados autorrelatados de 69 adolescentes entre 13 e 18 anos, dos quais 91,3% relataram pelo menos uma EAI. Escores mais elevados no PEARLS-BR apresentaram associações significativas com piores indicadores de saúde física (OR: 1,18; IC 95%: 1,01–1,38), saúde mental (OR: 1,50; IC 95%: 1,33–1,71), sintomas de TDAH (OR: 1,21; IC 95%: 1,09–1,37), infecções (OR: 1,13; IC 95%: 1,02–1,26), distúrbios gastrointestinais (OR: 1,26; IC 95%: 1,12–1,43) e cefaleias/enxaquecas (OR: 1,22; IC 95%: 1,11–1,35). Os eventos de vida relacionados também demonstraram associação com obesidade (OR: 1,37; IC 95%: 1,02–1,88) e condições atópicas (OR: 1,28; IC 95%: 1,01–1,63). Atualmente, está em curso a coleta de uma nova amostra composta por aproximadamente 150 adolescentes e seus responsáveis, com o objetivo de realizar a análise fatorial confirmatória da versão adolescente do PEARLS-BR, além de investigar as associações entre adversidades autorrelatadas e desfechos de saúde nessa faixa etária. Os achados dessa nova etapa deverão compor publicações futuras e contribuir para consolidar o PEARLS-BR como ferramenta de triagem e subsídio ao planejamento de ações preventivas e terapêuticas voltadas à saúde mental de adolescentes no Brasil.
Palavras-chave: Experiências Adversas na Infância, Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde Pública