DESFECHOS MATERNOS NA PRIMEIRA GESTAÇÃO APÓS QUIMIOTERAPIA PARA NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL

Autor(es): Manoela Guerra Godoy , Jefferson Torres Nunes, Matheus Machado Rech, Ana Carolina Sirtoli Lazaretti, Antônio Braga ,
Orientador: José Mauro Madi
Quantidade de visulizações: 200

DESFECHOS MATERNOS NA PRIMEIRA GESTAÇÃO APÓS QUIMIOTERAPIA PARA NTG
Pacientes que completam o tratamento quimioterápico para neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) frequentemente expressam preocupações quanto à possibilidade de futuras gestações saudáveis. Apesar do potencial teratogênico dos quimioterápicos utilizados, estudos sugerem desfechos reprodutivos geralmente favoráveis. No entanto, ainda há escassez de dados específicos sobre os desfechos maternos na primeira gestação após a quimioterapia. Tem por objetivo determinar a prevalência dos desfechos maternos na primeira gestação após tratamento quimioterápico para NTG. Foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise. A busca bibliográfica incluiu estudos publicados até 31/12/2023 nas bases Embase, LILACS, MEDLINE, CENTRAL e Web of Science, utilizando termos relacionados a desfechos maternos, quimioterapia e NTG. Foram incluídos estudos observacionais de coorte, em inglês, que avaliaram desfechos maternos na primeira gestação após quimioterapia para NTG (como gravidez ectópica, hipertensão, diabetes, acretismo placentário, placenta prévia, recidiva de mola hidatiforme, coriocarcinoma pós-gestacional e abortos espontâneos). Foram excluídos estudos com animais, estudos intervencionais, revisões, opiniões de especialistas e estudos com tratamentos prévios que pudessem introduzir viés de confusão. Dois revisores independentes realizaram a seleção dos estudos e a extração de dados. Utilizou-se modelo bivariado de efeitos aleatórios. O viés de publicação foi avaliado por gráfico de funil e teste de Egger, com nível de significância estatística definido como p<0,05. Foram identificados 4.238 estudos, dos quais 77 foram avaliados na íntegra. Sete estudos observacionais de coorte preencheram os critérios de inclusão, totalizando 7.726 participantes, com 1.627 primeiras gestações após a quimioterapia para NTG. O desfecho materno mais frequentemente relatado foi o aborto espontâneo. A meta-análise revelou uma prevalência combinada de 16% (IC 95%: 10% a 26%) de ocorrência de qualquer desfecho materno, com heterogeneidade significativa entre os estudos (I² = 80%, p < 0,01). As prevalências individuais variaram de 3% a 43%. O teste de Egger (p = 0,63) não evidenciou viés de publicação. Apesar do potencial teratogênico da quimioterapia, a maioria das pacientes não apresenta complicações graves na primeira gestação subsequente. Os achados auxiliam no aconselhamento reprodutivo após NTG. 

Palavras-chave: Neoplasia Trofoblástica Gestacional, Quimioterapia , Gestação