Autor(es): Maralise Dorneles Barbosa , Júlia Maiara dos Santos,
Orientador: Cátia dos Santos Branco
Quantidade de visulizações: 135
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 5,8% da população brasileira sofre de depressão. Sua etiologia envolve a desregulação de neurotransmissores, neuroinflamação e estresse oxidativo. Pesquisas demonstram que alguns desses fatores podem ser positivamente modulados por compostos bioativos de plantas e extratos vegetais. Neste contexto, a erva-mate (
Ilex paraguariensis), consumida na forma de bebidas na América do Sul, se destaca pelas atividades biológicas atribuídas à sua matriz química antioxidante. Ainda hoje, os efeitos antidepressivos desta erva não são bem compreendidos. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de artigos científicos abordando o uso da
I. paraguariensis e seus potenciais efeitos antidepressivos. Utilizou-se a base de dados PubMed/MEDLINE para a busca bibliográfica. Os indexadores aplicados foram:
Ilex paraguariensis e
antidepressive, pesquisados isoladamente e em combinação, publicados nos últimos 10 anos. Artigos de revisão foram excluídos. Dentre os estudos elegíveis (n=3), um deles empregou ratos Wistar tratados durante 4 semanas com extrato aquoso de erva-mate (2,3 g/kg/dia). Parâmetros comportamentais (labirinto em cruz elevado, teste de campo aberto e teste de natação forçada) e marcadores bioquímicos (peroxidação lipídica, teor de tiol, atividade da monoamina oxidase, e níveis de vitamina C) foram mensurados. O consumo não alterou significativamente os marcadores bioquímicos, porém encontrou-se efeito antidepressivo, atribuído à redução do tempo de imobilidade dos animais. Outro estudo utilizando extrato hidroalcoólico de erva-mate por camundongos, concluiu que a administração (0,1 mg/kg) modulou o receptor
N-metil-
D-aspartato e produziu um efeito semelhante ao antidepressivo cetamina (1 mg/kg, via intraperitoneal). Adicionalmente, um estudo transversal envolvendo 619 mulheres que responderam a questionários de autorrelato
on-line durante a 1ª e 2ª onda de COVID-19 relacionou a quantidade de bebidas com cafeína ingeridas, incluindo erva-mate, com a depressão. A ingestão de erva-mate, 1030.17 mL/d, correlacionou-se inversamente com depressão pós-parto, insônia e distúrbios de memória. Apesar da relevância das evidências, mais estudos são necessários para determinar o mecanismo de ação dos compostos bioativos presentes em
I. paraguariensis, a fim de elucidar o uso dessa espécie em tratamentos de transtornos neuropsiquiátricos.
Palavras-chave: I. paraguariensis, depressão, antioxidante