Produção e caracterização de nanopartículas de quitosana fúngica obtidas de diferentes espécies desenvolvidas em cultivo submerso

Autor(es): Bruna Maria Scopel
Orientador: Marli Camassola
Quantidade de visulizações: 146

Produção e caracterização de nanopartículas de quitosana fúngica
A quitosana é um biopolímero obtido a partir da desacetilação da quitina, presente no exoesqueleto de crustáceos e na parede celular de fungos. Com diversas aplicações como, por exemplo, a indústria farmacêutica, cosmética, biomédica e na agricultura. Como alternativa sustentável, este estudo investigou a extração de quitosana fúngica e a obtenção de nanopartículas a partir de cultivos dos fungos Favolus tenuiculus, Hypsizygus ulmarius, Aspergillus níger e dois isolados do gênero Colletotrichum sp. (isolado de caqui e de manga). Os fungos foram cultivados no biorreator em dois tempos, sendo o micélio liofilizado e utilizado na extração da quitosana por método de desacetilação com NaOH e ácido acético. As nanopartículas de quitosana foram obtidas via gelificação iônica com uma técnica utilizando tripolifosfato de sódio (TPP) e agitação magnética. O crescimento dos fungos no biorreator comparado os dois tempos de crescimento de cada fungo, foi superior no tempo maior, com exceção do A. niger em que o crescimento foi semelhante (48 e 72h). Entre os fungos avaliados, maior biomassa foi obtida pelo fungo isolado do caqui (8,1 g/L - 72h), seguido pelo A. niger (7,98 g/L - 48 h). Com relação ao rendimento da quitosana, maiores valores foram obtidos com micélio de Colletotrichum sp. isolado de caqui (72 h), A. niger (72 h) e F. tenuiculus (72 h), chegando a 3% de rendimento. Após obtenção das nanopartículas, estas foram caracterizadas quanto ao seu diâmetro hidrodinâmico (HDD), o índice de polidispersão (PDI) e o potencial zeta (?-potencial). Com relação ao diâmetro das nanopartículas os valores obtidos foram entre 37,0±0,10 e 317,5±32,30 nm. Para os valores de índice de polidispersão, foram obtidos valores entre 0,150 e 0,725, para o potencial zeta, -20,7 e 25,1 mV. Após análise dos resultados, foram selecionadas 5 nanopartículas fúngicas para a análise de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Diante dos resultados, foi possível concluir que é possível obter nanopartículas de quitosana fúngica, sendo que para algumas espécies se destacaram quanto ao crescimento e ao rendimento de quitosana. Desta forma evidencia-se a necessidade de avaliar diferentes aplicações das nanopartículas fúngicas, pois demonstram a viabilidade do uso de fungos como fonte sustentável de quitosana.

Palavras-chave: Quitosana, Nanopartículas, Fungos