Autor(es): Daniela Rodrigues Agrippa , Augusta Gomes Pandolfi, Carolina Betto, Márcia Regina Pansera, Murilo Cesar dos Santos, Wendel Paulo. Sivestre,
Orientador: Valdirene Camatti Sartori
Quantidade de visulizações: 139
Sabe-se que a utilização excessiva de determinados agroquímicos causa danos à saúde humana e ao meio ambiente, sendo de extrema importância a pesquisa e o desenvolvimento de técnicas menos agressivas no controle de doenças fúngicas em ambientes agrícolas. Vários compostos bioativos resultantes do metabolismo das plantas já são reconhecidos pela ação antimicrobiana, entretanto, a pesquisa em busca de novas substâncias naturais para uso junto a agricultura regenerativa se faz necessária. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a ação in vitro do biofermentado dos frutos de erva-mate (
Ilex paraguariensis) e de tarumã (
Vitex megapotamica) sobre o crescimento do fungo fitopatogênico
Sclerotium sp. Os frutos foram liquidificados até a completa trituração, na proporção de uma parte de material vegetal para três partes de água. A fermentação ocorreu de maneira espontânea e aeróbica, mantida em ambiente escuro, em temperatura ambiente pelo período de 15 dias. Em seguida, após a filtragem do líquido resultante, foram quantificados os compostos fenólicos e os flavonoides por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC). Para avaliar a atividade antifúngica, foi utilizado meio de cultura BDA (batata, dextrose, ágar) e adicionado as concentrações de 0, 10, 20 e 40% v/v dos diferentes fermentados de frutos. Os mesmos foram autoclavados a 121º por 15 minutos, e vertidos em placas de Petri com cinco repetições cada, onde discos miceliais de 5 mm do fungo foram inoculados, e mantidas em câmera BOD a temperatura de 25º e fotoperíodo de 12 horas. Foram medidos o crescimento micelial no 3º, 7º e 14º dias depois da inoculação. De maneira geral, foram identificados os maiores teores de compostos fenólicos e flavonóides no fermentado de
V. megapotamica. O fermentado de
V. megapotamica inibiu 100% o desenvolvimento micelial do fitopatógeno
Sclerotium sp a partir da concentração de 20%, e o fermentado de
I. paraguariensis não apresentou atividade inibitória para este fungo. Os resultados obtidos demonstram que compostos químicos de fermentados de frutos possuem potencial para controle de fungos fitopatogênicos de interesse agrícola.
Palavras-chave: fermentados de frutas nativas, compostos biológicos, agricultura regenerativa