Autor(es): Nicole Peyrot da Silva , Pedro Henrique Zatti,
Orientador: Cátia dos Santos Branco
Quantidade de visulizações: 177
A ozonioterapia, técnica que utiliza o ozônio (O
3) para fins terapêuticos, conquista cada vez mais adeptos por ser um tratamento indolor e promissor. Mesmo não sendo uma prática recente, nos últimos anos, observa-se um crescimento na busca por essa terapia, relacionada a várias doenças e tratamentos. Contudo, seus efeitos no mecanismo redox celular precisam de maiores estudos. Relatos indicam seu papel na prevenção do estresse oxidativo, normalizando níveis de peróxido orgânico e ativando enzimas antioxidantes como a superóxido dismutase, porém, há um aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio (ERO) e peroxidação lipídica. Frente a isso, este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil de segurança do O
3 em diferentes tempos e concentrações de exposição em células gliais (BV-2) determinando a viabilidade celular (MTT), níveis de ERO, óxido nítrico (ON) e liberação de dsDNA extracelular. A linhagem celular foi obtida do Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ) e foram cultivadas em meio específico de crescimento (RPMI) suplementado com 10% de soro fetal bovino. Para a avaliação do perfil de segurança do O
3 foram solubilizadas concentrações de 0, 5, 12, 20, 40 e 70 µg/mL em uma proporção de 1:1 em meio basal celular durante 24 horas de incubação. A partir dos resultados do teste de MTT, a concentração de 12 µg/mL apresentou a melhor viabilidade, com um aumento de 23% quando comparado ao controle. A fim de investigar o mecanismo de ação do O
3, marcadores nitrosativos e de estresse oxidativo foram realizados. Nenhuma diferença significativa foi encontrada na produção de ERO nas concentrações testadas. Em relação a produção de ON foram encontradas diferenças significativas, como uma redução na concentração de 20 µg/mL e um aumento nas concentrações de 40 e 70 µg/mL. As concentrações de 5 e 12 µg/mL se mostraram iguais ao controle. Para avaliação de possíveis danos à membrana nuclear causados pelo O
3, o ensaio de PicoGreen® foi utilizado, mas nenhuma diferença significativa foi encontrada na quantificação de dsDNA livre nas concentrações testadas e comparadas ao controle. Levando em consideração os achados apresentados, a concentração de 12 µg/mL se mostrou a mais promissora a ser utilizada. Todavia, novos ensaios são necessários para contribuir com a elucidação do mecanismo de ação do ozônio em cultivo de células 2D.
Palavras-chave: ozonioterapia, estresse oxidativo, disfunção mitocondrial