Análise filogenética do parvovírus suíno tipo 1: diversidade e evolução temporal

Autor(es): Nicole Amoêdo Luvison , Sheron Falgembach Scalcon, Pedro Augusto Freire de Sá Pontes,
Orientador: André Felipe Streck
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Análise filogenética do parvovírus suíno tipo 1- diversidade e evolução temporal
A suinocultura é essencial para a produção de alimentos e empregos, compondo uma cadeia produtiva ampla e tecnificada. No Brasil, a produção de carne suína atingiu 5,156 milhões de toneladas em 2023, posicionando o país como o 4º maior produtor e exportador mundial. Patologias, especialmente falhas reprodutivas, prejudicam a produtividade econômica, destacando-se o parvovírus suíno tipo 1 (PPV1) como um importante causador de morte embrionária, natimortos, fetos mumificados, retorno ao estro e infertilidade. A ausência de tratamento específico enfatiza a importância da vacinação e do manejo de biossegurança. Para poder compreender melhor a epidemiologia molecular deste vírus, este estudo objetivou realizar uma análise filogenética comparativa do PPV1 e sua evolução temporal. O banco de dados utilizado compreendeu 203 sequências do gene que codifica a proteína VP2, principal alvo de anticorpos neutralizantes contra o PPV1. Todas as sequências foram obtidas do banco público de sequências de DNA denominado GenBank. Após a coleta, as sequências foram alinhadas e três delas foram removidas após serem identificadas como recombinantes. Uma árvore filogenética foi gerada e alguns clados foram destacados em diferentes cores para melhor visualização. O estudo demonstrou que o PPV1 está evoluindo a uma taxa de 2,16 x 10-5 substituições de nucleotídeos por sítio por ano. A árvore filogenética revelou considerável diversidade, e as sequências ficaram distribuídas em cinco grandes clados. Os clados PPV1a, PPV1b e PPV1c continham majoritariamente variantes europeias (80%, 70% e 58%, respectivamente) enquanto os clados PPV1d e PPV1e estão divididos entre variantes europeias e asiáticas. Não foi observada exclusividade de clados em relação aos países. A única amostra brasileira (n=01) estava situada no clado PPV1e. Em relação às cepas vacinais, duas estavam no clado segregado, enquanto a terceira se encontrava no clado europeu de maior variabilidade. Exceto pelo clado segregado, todos os outros quatro agrupamentos apresentavam uma grande quantidade de variantes recentemente sequenciadas. O estudo evidenciou o surgimento de novas variantes nos clados europeus e asiático. A falta de informações genéticas reforça a necessidade de realizar maiores monitorias no Brasil.

Palavras-chave: Suinocultura, PPV1, Vacina