Repetibilidade do deslocamento do osso hioide na deglutição por ultrassonografia

Autor(es): Letícia Aparecida Fonseca Branco , Cristina Carvalho de Castilhos,
Orientador: Guilherme Auler Brodt
Quantidade de visulizações: 140

Introdução: A ultrassonografia tem sido investigada como uma ferramenta promissora na análise da deglutição, por permitir uma avaliação dinâmica de estruturas importantes para a eficácia da deglutição, seu baixo custo e facilidade de acesso. Entretanto, ainda há uma lacuna significativa na definição de parâmetros de normalidade para a deglutição em indivíduos saudáveis e sem disfagia avaliados por este método. Objetivo: Analisar a deglutição de adultos saudáveis com a saliva, líquido e iogurte, utilizando a ultrassonografia para mensurar o deslocamento do osso hioide e da cartilagem tireoide, buscando encontrar padrões de movimentação que ajudarão a fornecer normas para o uso da técnica. Métodos: Trata-se de um estudo transversal conduzido com 20 voluntários saudáveis, com idades entre 19 e 50 anos, recrutados por conveniência. Os critérios de exclusão abrangeram doenças neurológicas, degenerativas, câncer de cabeça e pescoço, histórico de cirurgias nessas regiões, traumatismo cranioencefálico, obesidade e traqueostomia. Foram avaliadas a máxima aproximação entre o osso hioide e a cartilagem tireoide, além dos deslocamentos absoluto e relativo. O deslocamento absoluto foi calculado pela diferença entre a medida em repouso e a máxima aproximação, enquanto o relativo foi determinado em relação à medida inicial. As análises foram realizadas para cada consistência testada, em dois momentos, com 24 horas entre coletas. A análise estatística foi feita no software Statistical Package for the Social Sciences. Resultados: As maiores médias de máxima aproximação entre o osso hioide e a cartilagem tireoide foram de 0,57 cm para saliva, 0,54 cm para líquido e 0,48 cm para iogurte. O deslocamento relativo teve maiores médias de 52,25% para saliva, 54,10% para líquido e 59,18% para iogurte, sendo esta a consistência que promoveu a maior aproximação entre as estruturas. Entre os dois momentos de coleta, não houve diferenças estatisticamente significativas. Na comparação entre as consistências, o maior deslocamento foi com iogurte. Os tamanhos de efeito dos achados foram classificados como altos. Conclusão: Os dados sugerem que, em uma deglutição saudável, o osso hioide e a cartilagem tireoide deslocam-se no mínimo 50% e que o exame tem boa repetibilidade em diferentes momentos. Esses resultados contribuem para o estabelecimento de uma base inicial de valores de referência para a população saudável local, sem sinais de disfagia.

Palavras-chave: Ultrassonografia, Osso hioide, Deglutição