ANÁLISE DA DIFERENÇA DE PERFIL DE HOMENS E MULHERES QUE INGRESSARAM EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

Autor(es): Vítor Lamb Bueno , Amanda Cortes Molon, Gabriel Lopes Amorim,
Orientador: Olga Sergueevna Tairova
Quantidade de visulizações: 110

Introdução: Os programas de reabilitação cardíaca (PRCV) são importantes no manejo e melhora de patologias cardiovasculares. Observa-se reduzida participação de mulheres nesses programas quando comparadas com o público masculino. Ainda são discretos os investimentos em recomendações específicas para elas, sendo relevante atentar-se para o seu perfil e o seu  desempenho ergoespirométrico, a fim de identificar falhas que possam ser supridas para melhorar o serviço de assistência. Objetivo: Analisar a diferença de perfil masculino e feminino de pacientes que integram um PRCV. Método: Estudo transversal de dados de 566 pacientes pertencentes a um PRCV, coletados de 18/02/2019 até 14/03/2023 com base em prontuários e testes cardiopulmonar de exercício (TCPE) Resultados: Analisou-se 566 pacientes, 350 homens (61,8%) e 216 mulheres (38,2%), sendo a idade média de 60,4 e 60,7 para eles e elas, respectivamente. Quanto ao índice de massa corpórea a média é de 29 para homens e 28,8 para mulheres. Os resultados da análise de comorbidades em homens e mulheres foram, respectivamente: hipertensão arterial em 74% e 80,1%; diabetes mellitus em 31,1% e 26,9%; dislipidemia em 64,3% e 62,5%; fibrilação atrial (FA) em 4% e 4,6%; insuficiência cardíaca em 29,7% e 19%; valvulopatia em 14% e 12,5%; cardiomiopatia em 12% e 10,6%; doença arterial coronariana em 71,7% e 58,8%; infarto agudo do miocárdio em 50% e 37,5%. Consideram-se tabagistas 19% dos dois sexos. Em relação ao TCPE, os pacientes do sexo feminino e masculino atingem as seguintes médias, respectivamente: consumo pico de oxigênio (VO2pico) de 13,84 e 21,25 e valor pico de pulso de oxigênio (PuO2) de 11,21 e 14,41. Quanto ao valor do coeficiente respiratório (R), 37,4% dos homens e 36,1% das mulheres obtiveram valores iguais ou maiores que 1,10 (que indica se o indivíduo alcançou o esforço máximo). Conclusão: As mulheres são um grupo minoritário ingressante no PCRV, visto que homens são mais propensos a sofrer eventos cardiovasculares, representando maior prevalência nas comorbidades que são fatores de risco para coronariopatias que é o principal motivo de encaminhamento ao serviço. Acerca do TCPE, elas, majoritariamente, não atingiram o esforço máximo e possuem um baixo valor médio de pico de oxigênio, isso pode ser explicado pelo fato de que mulheres buscam mais tardiamente o PRCV do que homens, tendo um pior estado de saúde e, consequentemente, menor desempenho.

Palavras-chave: Perfil feminino, Programa de reabilitação cardiovascular, Doença cardiovascular