SINDROME HIPERTENSIVA GESTACIONAL: IMPACTO NO CRESCIMENTO INFANTIL NOS 3 PRIMEIROS ANOS DE VIDA

Autor(es): Lucas Girotto de Aguiar , Daiane Oliveira Vergani,
Orientador: Vandrea Carla de Souza
Quantidade de visulizações: 212

Impacto da hipertensão materna no crescimento de prematuros de muito baixo peso
A síndrome hipertensiva gestacional (SHG) está ligada a complicações maternas e neonatais, como restrição de crescimento intrauterino (RCIU), baixo peso ao nascimento, condição de pequeno para a idade gestacional (PIG) e prematuridade. Devido à alta incidência, questiona-se se o menor crescimento dos filhos de mães hipertensas é devido à hipertensão materna ou também à desnutrição ao nascimento desses recém-nascidos. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da exposição à SHG como fator de risco para o pior escore z de estatura de prematuros (PMT) com muito baixo peso ao nascer (MBP) nos primeiros 36 meses de vida. Foram avaliadas crianças com muito baixo peso ao nascer (< 1500g) egressas da UTI neonatal de um centro universitário, no período de março de 2011 a dezembro de 2021, que mantiveram acompanhamento em ambulatório de seguimento de prematuros. A população foi dividida conforme a exposição ou não à SHG. Os escores Z de estatura foram comparados entre os grupos nos primeiros 36 meses de vida, conforme as curvas propostas pela Organização Mundial da Saúde. Um modelo linear misto de efeitos aleatórios foi empregado para avaliar as medidas de estatura repetidas ao longo do seguimento. Um valor de p inferior a 0,05 foi considerado significante. Durante o estudo, 188 crianças foram consideradas elegíveis; 2 foram excluídas (1 por alteração cromossômica e 1 por encefalopatia), resultando em 186 crianças efetivamente avaliadas, das quais 83 (44,62%) haviam sido expostas à SHG. A população geral foi composta por 46% de indivíduos do sexo masculino (n=86). A incidência de PIG foi superior no grupo SHG em relação aos controles (49% vs 28%), assim como a de restrição de crescimento extrauterino (76% vs 55%). O grupo exposto à SHG apresentou um menor escore Z de estatura, mantendo-se inferior ao do grupo controle mesmo após os 24 meses de idade corrigida. No modelo multivariável, a mediana (IC 95%) do escore Z de estatura nos primeiros 36 meses de vida em toda a população foi de -1,30 (-1,52; -1,02), no grupo exposto à SHG foi de -1,65 (-2,33; 0,98) e no grupo PIG foi de -2,43 (-3,17; -1,70). Após ajuste para confundidores, a variável PIG emergiu como fator de risco independente para pior escore Z de estatura. Na população estudada, a SHG esteve associada a um menor escore Z de estatura, possivelmente devido à maior ocorrência de PIG neste grupo. A variável PIG destacou-se como fator de risco independente para o desfecho estudado.

Palavras-chave: Hipertensão Induzida pela Gravidez, Crescimento, Recém-nascido prematuro