CORPOS QUE IMPORTAM: O FANTASMA TRANS EM PSICANÁLISE.

Autor(es): Abner Nodari
Orientador: Raquel Furtado Conte
Quantidade de visulizações: 271

CORPOS QUE IMPORTAM: O FANTASMA TRANS EM PSICANÁLISE.
À teoria psicanalítica, coube a descoberta do sujeito do inconsciente. Diferente das teorias psicológicas, essa epistemologia deteve-se em operações não-conscientes, isto é, inconscientes para o sujeito na hora de delimitar o seu campo de saber. Isso implica dizer que Sigmund Freud, autor que deu nome à operação metodológica de investigação da psique humana, conseguiu criar um dispositivo de indagação sobre o sofrimento. Ao longo desse percurso, o pai da psicanálise (e seus filhos, vale lembrar), construíram um corpo teórico que desse conta de compreender o sujeito na época em que ele está inserido. Ocorre que, para fazê-lo, Freud operou por meio de uma pedra basal da constituição que, segundo ele, chamava-se Complexo de Édipo. Esse desafio subjetivo consiste numa travessia que o menino ou a menina fazem, procurando identificar-se ao progenitor do sexo oposto (o pai ou a mãe) por meio de uma série de operações imanentes. Se bem realizada, o menino ou a menina constituir-se-á como neurótico(a). Este trabalho, portanto, propõe que se revisite o Complexo de Édipo freudiano procurando compreender quais são maneiras que o sujeito trans tem de tornar-se neurótico. Essa categoria sexual — a transexualidade — não estava contemplada na travessia freudiana (uma vez que derivava de homens ou mulheres) e o transeunte que não encontra uma identificação cisgênero, isto é, onde o corpo biológico coincide com a identificação sexual, não está contemplado. Portanto, procurar-se-á apontar para um buraco do campo de saber na investigação do sujeito contemporâneo na psicanálise, visando relacionar teorias vizinhas que possam instrumentalizar a técnica desenvolvida por Freud. Como dispositivo de análise, será utilizada a Análise do Discurso de Michel Pêcheux. Com isso, a linguística e o materialismo histórico serão convidados a responder este desafio que atormenta a psicanálise: o fantasma trans como sujeito corporal.

Palavras-chave: Psicanálise, Transexualidade, Sujeito