Além da tradição: erva-mate e sua contribuição com a neuroproteção

Autor(es): Lúcia Carolina Araujo Pereira , Julia Maiara dos Santos,
Orientador: Cátia dos Santos Branco
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Diferentes enfermidades são capazes de afetar o sistema nervoso central (SNC) e provocar danos às estruturas nervosas. Doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson são altamente debilitantes e caracterizam-se pelo comprometimento de condições cognitivas e motoras ao longo do tempo. A epilepsia, por sua vez, caracteriza-se pela atividade elétrica excessiva e anormal do cérebro, enquanto a depressão tem sido vista como uma doença inflamatória crônica. Todas essas condições têm em comum o estresse oxidativo. Este é definido como o desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e as defesas antioxidantes, levando à danos moleculares e teciduais. Extratos naturais destacam-se como possíveis terapias adjuvantes. Ilex paraguariensis, a popular erva-mate, é uma espécie vegetal rica em compostos fenólicos, com significativa atividade antioxidante. O objetivo deste estudo foi compilar evidências pré-clínicas, através de uma revisão narrativa da literatura, sobre os efeitos da erva-mate em distúrbios do SNC. Para tanto foi utilizada a base de dados Pubmed/MEDLINE, e os indexadores "Ilex paraguariensis”, “yerba mate” e “neuroprotective”. A busca foi limitada a artigos publicados nos últimos 10 anos, sendo selecionados 9 artigos para leitura completa. Os estudos selecionados demonstraram, em modelos animais e in vitro, aumento da sobrevivência neuronal e defesas antioxidantes, bem como diminuição de citocinas pró-inflamatórias, de peroxidação lipídica e dos níveis de acetilcolinesterase (AChE). Também se observou diminuição da ansiedade e de convulsões induzidas, aumento da mobilidade, prevenção do déficit de memória induzido, além de aumento de viabilidade hipocampal e cortical. Apesar das evidências aqui relatadas indicarem os efeitos neuroprotetores da erva-mate, mais estudos pré-clínicos em diferentes modelos são necessários para elucidar os alvos bioquímicos específicos e os compostos responsáveis por esses efeitos.

Palavras-chave: antioxidante, inflamação, estresse oxidativo