Autor(es): Carine Cristina Serafim Matos , Letícia Viganó, Luciana Bavaresco Andrade Touguinha,
Orientador: Joséli Schwambach
Quantidade de visulizações: 276
O fungo
Botrytis cinerea ataca diversas culturas agrícolas, incluindo a videira, e tem causado grandes prejuízos econômicos devido à propagação do mofo cinzento. O uso de fungicidas sintéticos tem sido a estratégia mais comum para combater esse fungo. No entanto, apesar da eficácia desses produtos químicos no controle da doença, é fundamental ressaltar as desvantagens associadas ao seu uso, tanto para a saúde humana quanto para o ambiente. Diante dos potenciais danos causados pelos fungicidas sintéticos, é imprescindível buscar alternativas mais seguras e sustentáveis para controlar o
Botrytis cinerea. Estudos anteriores in vitro realizados pelo grupo de pesquisa investigaram o potencial fungicida do óleo essencial (OE) de
Lippia pusilla obtido por meio do método de hidrodestilação de plantas coletadas no Parque Natural Municipal Saint'Hilaire, localizado em Viamão e Porto Alegre - RS. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do OE de
Lippia pusilla no controle pós-colheita do mofo cinzento na variedade BRS Isis. Para os experimentos, as bagas comerciais foram separadas, higienizadas e acondicionadas em bandejas de plástico e embaladas em sacos estéreis. Os tratamentos foram: controle absoluto (apenas água destilada), controle OE (óleo essencial na concentração de 0,5%), controle patógeno (inóculo com suspensão de conídios do patógeno), curativo (inóculo do patógeno e aplicação do OE após 4 horas) e preventivo (aplicação do OE e inóculo do patógeno após 24 horas). Para isso, todas as bagas foram perfuradas com o auxílio de uma seringa estéril, causando um ferimento de 2 mm, e os tratamento foram então aplicados. O OE foi emulsificado com Tween 20 (1:1) e aplicado nas concentrações de 0,25 e 0,5% até o ponto de molhamento nos tratamentos com aplicação de OE. Para a inoculação do patógeno foi utilizado 20 µL de solução de conídios (1×10
6 conídios mL
-1) obtida de colônias de
Botrytis cinerea crescidas por 21 dias em placas de Petri. Cada tratamento tinha 28 repetições. A severidade da doença e a incidência do patógeno foram avaliadas no 8º dia após a inoculação do patógeno. A severidade foi avaliada utilizando uma escala de 0 a 100% da área da baga atingida com a doença. Os resultados mostraram que os tratamentos preventivos com concentrações de 0,25 e 0,5% do OE de
L. pusilla reduziram a incidência da doença em 60%. Com relação a severidade os tratamentos curativos reduziram a severidade em até 47% e os tratamentos preventivos reduziram em até 89%. Conclui-se que o óleo essencial de
L. pusilla apresenta potencial para ser empregado no controle alternativo de
B. cinerea em uva.
Palavras-chave: controle alternativo, mofo cinzento, preventivo