Indução da esporulação da biomassa de Trichoderma sp. em estufa úmida utilizando diferentes matrizes inertes

Autor(es): Camila Klein , Ricardo Caberlon Baccin; Victoria Maria Baschera; Sabrina Carra,
Orientador: Eloane Malvessi
Quantidade de visulizações: 334

ESPORULAÇÃO DA BIOMASSA DE Trichoderma sp. EM ESTUFA ÚMIDA
Os fungos do gênero Trichoderma têm amplo interesse comercial como agentes de controle biológico em função de suas características antagonistas e oportunistas, o que induz à inibição de fitopatógenos presentes no solo agrícola. Ainda, podem estabelecer relações benéficas com as plantas, promovendo proteção e o crescimento vegetal. Dentre as estruturas fúngicas, os esporos destacam-se como matéria prima para formulação de bioprodutos a base de Trichoderma sp. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a indução da esporulação, em estufa úmida, da biomassa de Trichoderma sp., obtida em cultivo submerso usando diferentes matrizes inertes. O cultivo submerso foi realizado em frascos Erlenmeyer, em meio suplementado com 10 g/L de glicose, com pH ajustado em 5,5 e inóculo de 105 conídios/mL (Rezende, 2017). Alíquotas periódicas de 30 mL meio fermentado foram coletadas, filtradas e dispostas em papel filtro (M1), papel pardo (M2), tecido sintético (M3), “jeans” (M4), alginato de cálcio (M5), ágar-ágar (M6), gelatina sem sabor (M7) e vidro da placa de Petri (M8). Todas as matrizes foram mantidas em estufa úmida, a 30°C, por 48h. Para a quantificação dos conídios aéreos, 2 discos foram destacados das matrizes e transferidos para um tubo Falcon contendo 10 mL de Tween 20 (0,01 %) e, posteriormente, quantificados em câmara de Neubauer, em duplicata. Observaram-se dificuldades operacionais com o uso das matrizes M3, M4, M5, M6, M7 e M8 (filtração, contaminação e retirada de esporos), inviabilizando sua utilização. As matrizes M1 e M2 se mostraram como eficientes para a filtração e esporulação, sendo alcançado 7,79.107 e 3,96.107 conídios/cm2, respectivamente.  O tempo de cultivo teve efeito determinante sobre a esporulação. Neste estudo, para a obtenção de valores superiores de esporulação, foi necessário cerca de 47h de cultivo submerso seguido de 48h de exposição à estufa úmida. Neste sentido, resultados promissores para obtenção de esporos aéreos de Trichoderma sp. em estufa úmida foram atingidos com o uso das matrizes papel filtro e pardo, o que possibilitaria a padronização e o aumento de escala visando a obtenção de um bioproduto.

Palavras-chave: Trichoderma sp., controle biológico, matrizes de esporulação.