Cultura de segurança do paciente em um hospital acreditado de alta complexidade, antes e durante a pandemia de Covid-19.
Autor(es): Tatiane Brandalise Rossi , Fernanda Tonietto Michelin, Débora Brandalise Bueno, Mônica Pagnussat Klanovicz, Katryne Possamai Lopes, João Ignacio Pires Lucas, Lilia Aparecida Kanan, Silvana Regina Ampessan Marcon,
Orientador: Magda Macedo Madalozzo
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Os desafios impostos pela pandemia de Covid-19 intensificaram, ainda mais, a complexidade do contexto hospitalar e mostraram a importância de uma cultura de segurança do paciente forte, cujos valores, atitudes, percepções, competências e padrões comportamentais estimulam a autorresponsabilidade e priorizam a segurança do paciente. Conhecer a força dos pontos de ancoragem da segurança do paciente na cultura organizacional, e acompanhar a sua evolução, possibilita uma compreensão mais precisa do funcionamento e das demandas do local, facilitando a proposição de ações mais assertivas para a promoção da saúde e da segurança de todos os agentes presentes nesse contexto - trabalhadores, pacientes e familiares destes. O objetivo desse estudo é apresentar os resultados da avaliação das forças da cultura de segurança do paciente, em um hospital acreditado de alta complexidade da Região Sul do Brasil, realizada em 2021, sob a perspectiva dos trabalhadores da organização, e compará-los aos resultados obtidos em 2019. Trata-se de uma pesquisa aplicada, longitudinal, exploratória e descritiva, de abordagem quantitativa com design survey. O instrumento utilizado para avaliação foi o Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC) - versão 1.0, desenvolvido pela Agency for Healthcare Research And Quality e validado no Brasil por Reis (2013). Participaram da pesquisa 542 empregados da organização, de 646 em 2019. Em 2021, foi possível observar a manutenção das dimensões 'apoio da gerência para a segurança do paciente' (76%) e 'trabalho em equipe dentro das unidades' (75%) como forças da cultura de segurança do paciente na organização, representando fatores de proteção para a segurança do paciente no local. Alguns itens das dimensões 'abertura à comunicação' (61%) e 'trabalho em equipe entre as unidades' (61%) também se mostraram mais fortalecidas, em relação a 2019. As dimensões 'respostas não punitivas aos erros' (29%), 'adequação de profissionais' (44%) e 'passagens de plantão/turno e transferências internas' (48%) permaneceram como pontos de fragilidade, representando fatores de risco para a segurança do paciente na organização. A partir destes resultados, foram propostas reflexões acerca da evolução nas dimensões da organização e sugeridas possibilidades de intervenções para a melhoria contínua desses resultados, com destaque para o papel da psicologia na desconstrução das crenças e valores que reforçam a cultura da culpabilização e impedem a notificação de incidentes.
Palavras-chave: Segurança do paciente; Gestão da segurança; Cultura organizacional.