Avaliação da gravidade dos sintomas de ansiedade, estresse e depressão e funcionalidade em alunos do curso de Medicina da Universidade de Caxias do Sul

Autor(es): Thaiury Casagrande , Arthur Aguzzoli, Arthur Parissenti do Nascimento, Luis Ernesto Bassanesi, Tiago Sacchet Dumcke e Scheila de Ávila e Silva,
Orientador: Rafael Colombo
Quantidade de visulizações: 320

Avaliação dos sintomas de ansiedade, estresse e depressão em alunos da Medicina
A prevalência de ansiedade entre os alunos do primeiro ano dos cursos de Medicina no Brasil gira em torno de 30,8%. De acordo com a literatura presente, os alunos que estão cursando o 3º ano de graduação têm maiores níveis de ansiedade e depressão em relação aos demais anos. Visto que a depressão é a principal causa de incapacidade funcional do mundo, esse estudo tem o objetivo de avaliar a gravidade de sintomas de estresse, depressão e ansiedade em estudantes de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS).  O estudo transversal foi realizado na UCS durante o ano de 2021. Foi desenvolvido e aplicado um questionário para coletar dados sociodemográficos, a fim de caracterizar a amostra, e foram utilizadas duas escalas validadas internacionalmente: DASS-21 (que avalia estresse, depressão e ansiedade) e a FAST (Escala Breve de Funcionalidade), ambas autoaplicáveis. Os questionários foram enviados  por e-mail institucional para os alunos do 1º ao 12º semestre. O estudo foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa da UCS e começou após a respectiva aprovação. Os dados foram analisados quanto a sua distribuição e avaliados por testes não-paramétricos (Kruskal-Wallys), divididos em ciclo básico (1-3º semestre), ciclo clínico (4-8º semestre) e internato (9-12º semestre). O total de 205 alunos responderam ao questionário (34% do número total de alunos do curso). A ansiedade, estresse e depressão avaliados pela DASS-21 e o resultado total da FAST foram analisados estatisticamente com o teste Kruskal-Wallys seguido pelo teste Bonferroni e foram considerados como estatisticamente significativos os resultados com P < 0,05. Para as variáveis categóricas foi usado o teste do qui-quadrado e aceitos como significativos os resultados com P < 0,05. Houve diferença estatisticamente significativa entre o grupo do ciclo básico (n=67) e do ciclo internato (n=39) em relação ao desfecho ansiedade da escala DASS-21 ( mediana do grupo básico foi de 6 e a mediana do grupo internato foi de 3 com P=0,013).  No eixo básico existe uma maior gravidade dos sintomas de ansiedade em relação aos alunos do internato. Esse fato pode estar relacionado com o ingressar na faculdade, visto que há uma mudança de rotina, quantidade de horas de estudo, lazer e cobranças dos estudantes em relação ao período anterior. Devido a essa exposição a novas rotinas intensas de estudos e desafios, se mostra importante a execução de projetos como o Mentoring e de outras estratégias  que tenham a finalidade de amenizar os impactos funcionais e sobre a gravidade dos sintomas de ansiedade presente nesse período do curso de Medicina.

Palavras-chave: ansiedade, depressão, medicina