Autor(es): Giovanna Belladona Ziani , Laura de Moura Rodrigues,
Orientador: Vandrea Carla de Souza
Quantidade de visulizações: 301
A prematuridade está relacionada a déficit no desenvolvimento, sendo fundamental a avaliação motora desses lactentes. Este trabalho tem como objetivo verificar a prevalência de atrasos motores em lactentes prematuros de muito baixo peso, acompanhados no Ambulatório de Bebês de Alto Risco, no Centro Clínico da Universidade de Caxias do Sul, utilizando a Escala Motora Infantil de Alberta (AIMS). Foram avaliadas crianças de 0 a 13 meses, com peso de nascimento inferior a 1.500g, sendo excluídas as que apresentaram doença neurológica grave. A coleta de dados foi realizada na primeira consulta após a alta hospitalar, com consentimento esclarecido dos pais. A avaliação com base na AIMS foi executada por dois fisioterapeutas treinados. O escore foi classificado de acordo com a idade corrigida (IC), sendo normais os percentis superiores a 25%, alterados os ? 5% e suspeitos entre 6 e 25%. 102 crianças foram avaliadas, com prevalência (IC 95%) de alteração motora em 23,5% (15,0; 32,0) e apenas 35,5% com avaliação normal. Não houve diferença estatisticamente significativa na distribuição das variáveis entre os grupos. Aspectos do período pré e pós-natal podem apresentar relevância no desfecho motor dessas crianças. Entre as variáveis maternas, o desenvolvimento de pré-eclâmpsia (PE) apresentou-se inicialmente como fator protetor, indo de encontro a
Grace et al, que consta que prole de mães com PE apresentaram desempenho motor inferior à de filhos de normotensas ou hipertensas. Contudo, em nosso estudo, esse dado não foi confirmado após ajuste para interação PE: prematuridade extrema e PE: pequeno para idade gestacional. Observamos associação protetora entre o escore z de peso da alta hospitalar com o atraso motor. A chance de apresentar desenvolvimento motor suspeito comparado ao desenvolvimento normal ou de atraso motor comparado ao desenvolvimento suspeito foi de 40% inferior a cada unidade de escore z de peso na alta hospitalar (OR 0,60 [0,40; 0,88]). O resultado está de acordo com
Fuentefria et al, apresentando uma correlação positiva entre o estado nutricional e o desenvolvimento motor de crianças com 8 meses de IC. O reduzido percentual de normalidade motora observado reforça a necessidade de avaliação precoce nesta população de prematuros de muito baixo peso, possibilitando intervenção precoce, já que as habilidades motoras são fundamentais para que a criança possa explorar o seu entorno, relacionar-se socialmente e adquirir novas habilidades.
Palavras-chave: Recém-Nascido Prematuro, Recém-Nascido de muito Baixo Peso , Deficiências do Desenvolvimento