COMPARAÇÃO ENTRE PESO DIÁRIO E BALANÇO HÍDRICO EM PACIENTES SOB REGIME DE CUIDADOS INTENSIVOS
Autor(es): Vanessa Nodari Carobin , Thiago Tartari dos Santos, Letícia Baron Bortoluzzi,
Orientador: Luciano da Silva Selistre
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O registro do balanço é uma das ferramentas mais utilizadas em unidade de terapia intensiva para controle da volemia. No entanto, validade dos dados de registro do balanço hídrico possuem vários vieses, como não contabilização das perdas insensíveis, o fator do erro humano ao registrar os dados, etc. Comparar as variações do peso e do balanço hídrico em pacientes críticos nas primeiras 72 horas de internação hospitalar. Estudo observacional prospectivo longitudinal onde avaliamos pacientes adultos sob regime de terapia intensiva em camas hospitalares com sistema de pesagem e balanço hídrico manual, durante o período de setembro de 2021 a dezembro de 2021.Realizamos a aferição do peso do paciente e do balanço hídrico nas primeiras 72 horas de internação do paciente em terapia intensiva. As variáveis descritivas estão em média e desvio-padrão para as contínuas e percentagens, para as qualitativas. Utilizamos o teste de Bland-Altman para comparar o balanço hídrico e peso, com os limites de concordância de 95% estimadas pela regressão linear e correlação de Pearson. A população era composta de 51 pacientes em 146 medidas, com idade média de 59±15 anos e 27 (53%) de mulheres. Na análise de Bland-Altman, encontramos um viés médio entre o peso e o balanço hídrico pode 1033 mL (IC 95%: 436; 1629, p<0,001), ou seja, para cada variação de 1 L no balanço hídrico, a variação no peso poderia corresponder à uma variação de 436g a 1629g no peso. O coeficiente de correlação de Pearson foi de 0,35 (IC 95%: 0,28; 0,49) com uma reta de regressão para estimar o ganho de peso a partir do balanço hídrico de 0,17 x balanço hídrico + 521,7. No presente estudo, a correlação entre mudanças de peso e balanço hídrico foi fraca, com alta amplitude de variabilidade. Se assumirmos que as mudanças de peso dos pacientes refletem de maneira acurada a mudança de volemia do paciente, podemos concluir que registros de balanço hídrico não são medidas confiáveis e não devem ser o único parâmetro para tomada de decisão sobre ganho de volume nas primeiras 72 horas em terapia intensiva.
Palavras-chave: COVID-19, LESÃO RENAL AGUDA, BALANÇO HÍDRICO