Atividade antifúngica de timol sobre diferentes espécies de Colletotrichum

Autor(es): Letícia Poletto Neves , Fernando Joel Scariot, Ana Paula Longaray Delamare,
Orientador: Sergio Echeverrigaray Laguna
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ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE TIMOL SOBRE DIFERENTES ESPÉCIES DE COLLETOTRICHUM
Os fungos do gênero Colletotrichum são responsáveis por doenças em diversas plantas, como antracnoses na maioria das plantas e em videiras causa a podridão da uva madura. Métodos convencionais para o controle desses fungos utilizam fungicidas sintéticos, que prejudicam a saúde humana e o meio ambiente. Portanto, compostos como o timol, um monoterpeno derivado de plantas, se tornam alternativa para o controle de Colletotrichum. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do monoterpeno timol sobre 10 espécies diferentes de Colletotrichum. A avaliação da atividade antifúngica do timol foi realizada com as concentrações de 0, 400, 500 e 600 mg/L de timol. Essas concentrações de terpeno foram adicionadas ao meio BDA e esse meio foi distribuído em placas, após as placas foram inoculadas no centro com fragmentos de 5,0 mm dos seguintes fungos:  C. asianum, C. coccodes, C. fruticola, C. kahawae, C. lupini, C. nymphaeae, C. theobromicola e C. viniferum isolados de videiras e C. aenigma, C. fruticola e C. horii isolados de caqui. As placas foram incubadas a 25 ± 1 ºC por cinco dias e a inibição do crescimento foi avaliada pelo diâmetro das colônias e expressa em percentual de acordo com a placa controle (sem adição de timol). A comparação do tratamento com 400 mg/L de timol sobre as diferentes espécies de fungo, mostrou que o isolado de C. horii foi o que apresentou maior inibição do seu crescimento (65%), enquanto as outras espécies mostraram inibições inferiores a 25%. A utilização de 500 mg/L de timol inibiu ainda mais C. horii (81%) e com exceção de C. lupini, com 8% de inibição, todas as espécies avaliadas foram parcialmente inibidas (25 a 50%). Já o tratamento com 600 mg/L de timol permitiu a separação das espécies de Colletotrichum em dois grupos, o primeiro deles inclui espécies que foram altamente inibidas, os representantes são C. horii, C. fructicola (caqui e videira), C. viniferum, C. aenigma e C. coccodes. Enquanto as espécies C. lupini, C. nymphaeae, C. theobromicola e C. kahawae apresentaram maior resistência ao timol. Os fungos C. horii, C. fructicola e C. viniferum estão no mesmo grande grupo de Colletotrichum chamado gloeosporioides, enquanto C. lupini e C. nymphaeae estão no grupo acutatum, podendo indicar uma maior susceptibilidade do grupo gloeosporioides ao timol. A utilização do timol para o controle de Colletotrichum mostrou-se uma alternativa viável, principalmente para isolados de Colletotrichum pertencentes ao grupo gloeosporioides.

Palavras-chave: antracnoses, monoterpeno, inibição