Autor(es): Isadora Barison Lovizon
Orientador: Cleide Calgaro
Quantidade de visulizações: 519
No Brasil, as doenças de transmissão feco-oral (diarreias, febres e hepatite) causaram, no período de 2000 a 2013, cerca de 87% das internações causadas pelo inadequado tratamento no setor de saneamento básico, além da má qualidade na destinação e no tratamento de resíduos (IBGE, 2015). Em âmbito internacional, para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), uma ampla gama de agentes patógenos, incluindo bactérias, vírus e protozoários, ocasionada por uma má destinação e um mau tratamento dos efluentes, são responsáveis pela maioria dos casos de diarreia grave em crianças e adolescentes, como o Rotavírus, que é o causador de quase 40% das internações hospitalares em crianças menores de cinco anos. A OMS frisa que é de fundamental importância, para que se possa reduzir as diarreias e demais doenças, o adequado acesso à água potável, bem como o devido tratamento de efluentes (UNICEF, 2013). Com base em tais fatos, o objetivo do presente trabalho é realizar uma revisão na literatura acerca da transmissão das doenças feco-orais, fazendo um paralelo com o mal tratamento do esgoto sanitário no Brasil, e, ainda, buscar trazer como, e se, o novo marco regulatório do saneamento básico há de melhorar a situação das minorais que ainda padecem nesta precária situação. O atual quadro pandêmico que assola a humanidade é estarrecedor e, de acordo com resultados obtidos por um estudo realizado pela USP e veiculado no Le Monde Diplomatique Brasil, o saneamento básico precário, ou a falta desse, agravam a situação da COVID-19, bem como auxilia na rápida propagação do vírus. As regiões mais afetadas pelo aumento de casos de Coronavírus são regiões Norte e Nordeste, principalmente Amazonas e Ceará, que possuem saneamento precário, o que, segundo a pesquisa, pode permitir a proliferação da nova variante do vírus. Conforme assegurado pelos idealizadores do estudo, o projeto se baseia em artigos internacionais, que atestam a presença da nova variante do vírus nas fezes humanas. Assim, o crescente número de casos de COVID-19 nas regiões Norte e Nordeste pode estar sendo causado pelo precário sistema de saneamento, facilitando a contaminação feco-oral daquelas populações que vivem em locais sem o devido tratamento de efluentes, bem como sem o abastecimento de água potável, o que afeta diretamente a higiene das pessoas. O presente estudo possui natureza teórica, assim, para o desenvolvimento da desta pesquisa, fez-se uso do método analítico dedutivo. Com base no exposto, evidencia-se que o problema do fornecimento de água potável e tratamento de esgoto está longe de terminar.
Palavras-chave: Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico; Proliferação de Doenças; Tratamento de Efluentes; Esgotamento Sanitário Brasileiro;