Autor(es): Laura Araújo Ceccato , Juliana Molom de Oliveira, Marcia Regina Pansera,
Orientador: Valdirene Camatti Sartori
Quantidade de visulizações: 536
O gênero
Colletotrichum é amplamente conhecido e pesquisado por sua ação fitopatogênica, acarretando estragos e danos econômicos em plantações das regiões tropicais e subtropicais, os quais se estendem à várias culturas, dentre estas
Acca sellowiana. A antracnose é a principal doença que atinge os pomares de goiabeira-serrana no Brasil, e quando não manejada corretamente pode causar perdas de até 100% na produção dos frutos. Anualmente, os produtores vêm utilizando vários produtos químicos no controle deste fungo, potencializando ainda mais os impactos causados à saúde humana e ao meio ambiente, evidenciando a necessidade de novas alternativas para o controle fitopatogênico, como, por exemplo a utilização dos fermentados botânicos. Neste trabalho, foram avaliados fermentados botânicos das espécies Artemísia (
Artemisia vulgaris), Cipreste (
Cupressus sempervirens), Cúrcuma (
Curcuma longa), Manjericão (
Ocimum basilicum) e Lippia (
Lippia alba) no controle de
C. fructicola. Para a preparação dos fermentados utilizou-se 500 gramas da planta triturada em 1,5 litros de água não tratada. A mistura foi acondicionada em recipiente de vidro com uma gaze em fermentação aeróbica, com ausência de luz, por um período de 15 dias. Posteriormente foi filtrada e o líquido da fermentação foi incorporado ao meio BDA nas concentrações 0%, 10%, 20% e 40%. Utilizou-se cinco repetições, sendo cada uma constituída por uma placa de Petri, as quais receberam um disco de ágar de 5 mm colonizado pelo fitopatógeno. As placas foram incubadas por 14 dias em BOD à 25ºC. Avaliações foram realizadas através da medição do diâmetro das colônias no 3º, 7º e 14º dia após a inoculação. Foram realizadas análises químicas dos fermentados em HPLC para a avaliação dos compostos fenólicos. Com base nos resultados obtidos durante o período do experimento, observou-se que o extrato de
C. sempervirens na concentração 40%, inibiu completamente o crescimento fúngico, mostrando-se uma alternativa promissora para o controle de
C. fructicola. Os demais fermentados avaliados neste trabalho não demonstraram efeito satisfatório sobre este fungo fitopatogênico. O principal composto fenólico presente no fermentado de
C. sempervirens foi o ácido gálico. O resultado do presente trabalho demonstra que o fermentado botânico de
C. sempervirens pode ser uma das estratégias para o controle do fungo
C. fructicola.
Palavras-chave: agricultura familiar, tecnologia social, agricultura orgânica