CARACTERIZAÇÃO DE CASCA DE COCO PARA SUA APLICAÇÃO EM PLATAFORMAS DE BIORREFINARIAS

Autor(es): Júlia Caroline Dal Prá , Ricardo Marchezan Farias de Mesquita, Willian Daniel Hahn Schneider,
Orientador: Marli Camassola
Quantidade de visulizações: 568

APROVEITAMENTO DA CASCA DE COCO VERDE PARA PRODUÇÃO DE ETANOL CELULÓSICO
As biomassas lignocelulósicas são compostos orgânicos amplamente explorados nas biorrefinarias, devido ao seu baixo custo e acessibilidade em termos de quantidade de massa disponível. Esta biomassa compreende qualquer matéria orgânica provenientes diretamente de fontes vegetais ou resultantes de seu processamento, como a casca de coco. As biorrefinarias, unidades de processamento de biomassa, busca abranger aproveitamento integral desses recursos em produtos de valor agregado, como biocombustíveis, bioenergia e bioprodutos, com diferentes rendimentos e distribuições. Diante disto, o estudo buscou investigar o potencial da casca de coco como fonte lignocelulósica, determinando a sua composição e analisando estratégias de pré-tratamento ácido para a preparação da biomassa. A casca de coco verde foi pré-tratada com ácido sulfúrico diluído em única etapa (60 min a 1,0% m/m) e em passos sequenciais (60 min sem ácido, 30 min a 0,5% m/m e 15 min a 1,0% m/m) em autoclave. A fração sólida do pré-tratamento foi submetida a caracterização química e a microscopia eletrônica de varredura (MEV). O licor foi designado a caracterização química por cromatografia líquida de alta eficiência. Em relação ao pré-tratamento químico, nas etapas sequenciais, a adição do catalisador ácido no segundo e terceiro estágio acarretou o aumento de até 65,5% no fator de severidade em relação ao primeiro estágio, resultando na extração significativa dos precursores estruturais da hemicelulose (68,16%) e no aumento da proporção de celulignina na biomassa (49,87%). O processo em única etapa demonstrou um aumento de 51,90% no fator de severidade em relação ao mesmo processo na ausência de catalisador, entretanto, sobre a remoção de hemicelulose, apresentou resultados inferiores às etapas sequenciais. A partir do MEV, verificou-se que o tratamento sequencial acarretou perda na definição tubular do material o que pode proporcionar uma estrutura mais acessível a ataques químicos e enzimáticos. O licor do pré-tratamento sequencial apresentou carga de pentoses de 8,08 g/100 g de biomassa in natura, sendo um aumento de 260% em relação ao primeiro estágio. Dessa maneira, o tratamento sequencial demonstrou uma maior capacidade de extração da hemicelulose em relação ao processo convencional (etapa única), indicando que o processo em passos sequenciais com adição lenta de ácido é mais eficiente na retirada de estruturas hemicelulolíticas da biomassa.

Palavras-chave: Pré-tratamento, Lignocelulose, Processo sequencial