Preferência dos Pacientes pelo Atendimento por Médico(a)
Autor(es): Yan de Assunção Bicca , Carolina Matté Dagostini; Miguel Bertelli Ramos; Natália Contini; Sabrina Busnello; Murillo Cesar Gionedis,
Orientador: Asdrubal Falavigna
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Na atualidade, mesmo com o crescimento significativo da representatividade feminina no meio médico, observa-se a persistência de desigualdade e preconceito contra esse grupo. No Brasil, as mulheres representam 45,6% dos médicos no país. Todavia, a ideia de “especialidades masculinas” ainda impera em algumas áreas. A saber, das 13 especialidades cirúrgicas reconhecidas no Brasil, os homens são maioria em todas. A dificuldade do ingresso da mulher em algumas especialidades médicas está relacionada a preconceitos dos próprios pacientes e familiares que desacreditam na credibilidade das capacidades femininas. Foi realizado um estudo transversal durante 3 (três) meses, com o objetivo de determinar a preferência de atendimento por médico (a) pelos pacientes atendidos no Centro Clínico (CECLIN) da Universidade de Caxias do Sul (UCS) em geral e conforme as diferentes especialidades médicas presentes no CECLIN, bem como o padrão e motivações desta escolha. A coleta de dados se deu por meio de questionário elaborado pelos pesquisadores. O mesmo foi composto por 3 perguntas objetivas que visam determinar se o respondedor tem preferência de atendimento por médicos ou médicas e, caso positivo, o padrão e motivações para essa preferência de maneira geral e conforme especialidade médica, além de uma seção com dados de identificação do respondedor – idade, sexo biológico, orientação sexual, estado civil, renda mensal e especialidade médica na qual está sendo atendido. De maneira geral, a maioria dos pacientes não demonstrou preferência pelo sexo do profissional em consulta médica. Quanto à preferência pelo sexo do médico (a) na especialidade em que estavam consultando, foi notada maior prevalência para profissionais do mesmo sexo do (a) paciente. Em especialidades baseadas no exame pélvico ou das mamas (Ginecologia, Urologia, Proctologia e Mastologia), esse achado foi mais evidente quando comparado a outras áreas. O motivo mais frequentemente mencionado para a preferência nesses casos foi “ sentir-se mais confortável consultando com profissionais deste sexo”. Dessa forma, a principal conclusão do estudo foi que o modelo de escolha do (a) paciente pelo médico (a) parece não envolver o sexo do profissional como um fator determinante, tanto de maneira geral como na maioria das especialidades médicas avaliadas. Ademais, as evidências apresentadas neste estudo podem facilitar o entendimento das preferências e preocupações dos pacientes.
Palavras-chave: Pacientes, Iniquidade de Gênero, Médicos