Prevalência de alteração renal e hipertensão em população de prematuros de muito baixo peso

Autor(es): Maria Constanza Cé Erig , Samantha Gomes de Freitas Dickel, Daiane Vergani,
Orientador: Vandrea Carla de Souza
Quantidade de visulizações: 536

PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÃO RENAL E HIPERTENSÃO EM PREMATUROS DE MUITO BAIXO PESO
Introdução: Fatores gestacionais e perinatais, como prematuridade, crescimento intrauterino restrito (CIUR) e baixo peso de nascimento estão relacionados com o surgimento de doenças crônicas ao longo da vida. O  aumento de sobrevida dos neonatos pré-termo nas últimas décadas, possibilita maior ocorrência das sequelas relacionadas a esta condição. Objetivo: descrever alterações de função renal e pressão arterial em população pediátrica com histórico de prematuridade e muito baixo peso (<1500g). Metodologia: Estudo transversal que avaliou crianças com peso de nascimento <1500g, acompanhadas no CeClin-UCS no período de agosto de 2018 à julho de 2021. Dados clínicos, laboratoriais e antropométricos foram obtidos após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Definiu-se hipertensão como pressão arterial (PA) sistólica e / ou diastólica ? percentil 95 (P95) para idade, sexo e altura em três ocasiões diferentes. Foi considerada alteração renal a ocorrência de pelo menos um dos seguintes: TFG inferior a 90ml/min/1,73m² pela equação de Schwartz, albumina urinária superior a 30mg/L e bicarbonato inferior a 22mEq/L. Resultados: Das 98 crianças avaliadas no período do estudo, apenas 38 apresentaram PA e avaliação renal normais, com prevalência de 61% de alterações. A idade mediana (IIQ) na avaliação foi de 24,9 meses (15,4; 44,2). 91% dos participantes eram provenientes do Hospital Geral de Caxias do Sul, 56 (52,8%) do sexo masculino, 66% brancos. A idade gestacional mediana (IIQ) foi de 30 semanas (28; 31) e o peso de nascimento mediano (IIQ) de 1172g (888g; 1303g). O percentil de PA mediano (IIQ) foi de 80 (69; 95) para PA sistólica e de 92 (74; 98) para PA diastólica.  A TFG mediana (IIQ) foi de 102 (80-130) ml/min/1,73m². As alterações observadas foram: 37% com PA acima do P95, 22% apresentaram acidose metabólica, 14% tinham TFG < 90ml/min/1,73m² e 5% excreção elevada de albumina urinária. Não houve diferença estatisticamente significativa na distribuição das variáveis maternas ou neonatais entre os grupos com ou sem alteração renal ou de PA. Conclusão: A ocorrência de alteração de PA e função renal foi elevada na população de prematuros menores de 1500g. O seguimento dessas crianças com controles e cuidados de prevenção devem ser enfatizados para detecção e tratamento precoce das possíveis alterações.

Palavras-chave: hipertensão, recém-nascido prematuro, doenças renais