O conceito de pessoa em Edith Stein
Autor(es): Stefano Fagundes Petroli
Orientador: Paulo Cesar Nodari
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O presente trabalho analisa o conceito de pessoa na filosofia de Edith Stein, especialmente no que diz respeito à antropologia filosófica por ela formulada e as consequências que a adoção dessa categoria traz para o seu pensamento. Esta investigação de cunho bibliográfico se vale da abordagem analítico-interpretativa dos escritos da própria Edith Stein, tais como:
A Ciência da Cruz,
Textos sobre Husserl e Tomás de Aquino,
Ser finito e
Ser Eterno e
Vida de uma família judia. Nesses textos, o raciocínio traçado por Edith Stein reflete a filosofia fenomenológica de seu professor Edmund Husserl. Após remover os preconceitos e pressupostos em relação ao ser humano, volta-se a ele de maneira intencional, refletindo para além do que é dado pelas sensações do fluxo da consciência e observando-o no que ele é em si mesmo. Suas conclusões são apresentadas em tais escritos e são através deste trabalho analisadas interpretativamente. Nessa perspectiva, trata-se, em primeiro lugar, das três estruturas fundamentais do homem, que são o corpo, o psiquismo e o espírito; de maneira integral, elas interagem entre si e constituem o ser humano. Pretende-se, com este projeto, tendo sido analisada a natureza humana de maneira a compreender a unidade do todo como anterior às suas partes, chegar à pessoalidade, como ponto fundamental da antropologia filosófica de Edith Stein. Discorre-se sobre a unidade da pessoa humana no seu pensamento, não só como decorrência da fenomenologia, mas fruto também da forma de análise aristotélica-tomista e das concepções de outros pensadores cristãos. Conceitos de matéria e forma estão presentes em sua antropologia, ao mesmo tempo em que vontade e liberdade caracterizam a pessoalidade como ponto fulcral de sua filosofia. O ser pessoa para Stein é consequência daquilo que é específico do homem e o torna especial entre todos os seres, que é o espírito, do qual provém a sua capacidade de agir livremente, bem como a sua singularidade. A espiritualidade, no sentido de autodeterminação, é o que dá a pessoalidade. Cada ser humano, ao mesmo tempo em que tem uma essência em comum com os demais, é singular. Por fim, o presente projeto investiga a concepção de formação humana em Edith Stein, enquanto contínuo desenvolvimento de suas estruturas fundamentais e capacidades, tendo em vista o sentido último da pessoa e a sua autonomia nesse mesmo processo.
Palavras-chave: Pessoa, Espírito, Fenomenologia