A violência contra a mulher: tentativas de superação da dominação masculina

Autor(es): Ana Beatriz de Lucena Carneiro Brandão
Orientador: Raquel Furtado Conte
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A violência contra mulher: tentativas de superação da dominação masculina
A violência de gênero contra a mulher está atrelada às normas culturais e legais favorecendo o direito de propriedade masculina sobre as mulheres; dificultando a revelação e a procura de serviços que podem proteger e fortalecer seus direitos. Este trabalho apresenta os resultados parciais da pesquisa Mulheres no coletivo: formas de superação da violência doméstica, vinculado ao curso de psicologia da Universidade de Caxias do Sul. Tem como objetivo caracterizar a situação sócio-demográfica de oito mulheres que buscaram atendimento psicológico no Laboratório de Práticas Psicológicas, bem como, discutir as queixas que motivaram a procura. A rede de serviços de enfretamento à violência contra a mulher tem como um dos objetivos garantir a igualdade de direitos e a minimização das desigualdades sociais advindas de aspectos como: raça, cor, gênero, classe social, dentre outros. Com a promulgação da Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, a hipótese é de que os serviços oferecidos para as mulheres em situação de violência de gênero possam auxiliar na resolução dos conflitos com seus parceiros, bem como, garantir proteção dos seus direitos e de suas vidas. Foi a partir do trabalho realizado com essas mulheres, que surgiu o interesse em institucionalizar a pesquisa Mulheres no Coletivo: formas de superação da violência, a partir da teoria winnicottiana e dos estudos feministas. Os resultados apontam que a dependência financeira e emocional apareceram como fatores que atrelam as mulheres nos relacionamentos com seus parceiros, enquanto a busca por um emprego e atividade autônoma são desejados para uma maior autonomia e independência. Em relação à busca aos serviços, foram percebidas as queixas de traições dos seus companheiros e a saída de casa dos filhos. O medo do agressor e a possibilidade do feminicídio foi um aspecto mencionado pelas mulheres como um dos principais fantasmas relacionados ao término da relação. As medidas protetivas obtidas por algumas mulheres, as fortaleceram para que o distanciamento de seus parceiros fosse mantido, ainda que não garanta a sobrevivência destas. A partir dos dados, é possível considerar que os serviços da Rede são fundamentais para a garantia dos direitos e proteção social das mulheres, assim como estão a serviço de um espaço de transicionalidade que pode permitir o desenvolvimento emocional rumo à independência dessas mulheres.

Palavras-chave: Espaço transicional, Rede de proteção, Violência de gênero