Perda perinatal: Iminência e morte de um filho
Autor(es): Gabriela Maria Alessio
Orientador: Tania Maria Cemin
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A gravidez é um fenômeno fisiológico, e na maioria das vezes ocorre sem intercorrências. Um desfecho desfavorável possível implica na perda perinatal, que abrange os óbitos fetais e os óbitos neonatais precoces. Na atualidade brasileira, a morte neonatal precoce é o principal componente da mortalidade infantil. Assim, esta pesquisa busca investigar a relação entre a maternidade e a perda de um filho em fase perinatal. O objetivo é identificar possíveis repercussões emocionais em mães diante da iminência da perda e da morte de um filho em período perinatal. Os objetivos específicos são caracterizar a maternidade, enfatizando seu significado e função; definir aspectos fundamentais do diagnóstico de perda perinatal; e traçar possíveis relações entre maternidade e iminência da perda e da morte de um filho em fase perinatal. A maternidade, a partir da teoria do amadurecimento de Donald W. Winnicott, é compreendida como um período em que o interesse da mulher grávida vai mudando de si própria para seu filho, fazendo com que fique preocupada e devotada aos cuidados do seu bebê, principalmente se ela ocorre em condições favoráveis. Buscou-se explorar, além da maternidade, as reações comuns das mães que vivenciam a morte do seu bebê. Esta pesquisa é de caráter qualitativo, exploratório e interpretativo e as participantes são pacientes de um Hospital Geral desta região, que vivenciaram a perda perinatal. Os dados foram retirados de seu prontuário eletrônico. Posteriormente, essas informações foram submetidas a uma análise de conteúdo. As categorias de análise são Incerteza: temor da perda e esperança de sobrevivência; Apoio da família, da equipe médica e da religião; e Expressões maternas após perda perinatal. A possibilidade de óbito de um filho é tão dissonante de todos os sonhos e fantasias construídos ao longo da gestação, que a grávida, quando ainda vive à iminência da perda, reage ao futuro com medo da morte e esperança de sobrevivência do filho. Quando a morte do feto ou do bebê se concretiza, surgem vários sentimentos, como tristeza, angústia, pesar, revolta, culpa. Racionalização e negação são possíveis formas de enfrentar a situação. Para lidar com pensamentos, sentimentos e comportamentos que surgem da iminência da perda ou da morte do filho, a mulher necessita de apoio e de suporte, que pode ser ofertado pela família, pela equipe médica ou pela espiritualidade. A morte do bebê priva a mulher do contato com seu filho e de exercer a maternidade.
Palavras-chave: Maternidade, Perda perinatal, Sentimentos