Análise do uso de equipamentos de proteção individual relacionado a classificação dos agrotóxicos utilizados na cultura do alho e da uva do município de São Marcos/RS
Autor(es): Cassiano da Costa Fioreze
Orientador: Nilva Lúcia Rech Stédile
Quantidade de visulizações: 1284
No Brasil, a utilização de agrotóxicos vem crescendo anualmente. Seu uso inadequado e crescente representa riscos à Saúde Pública, por afetar concomitantemente seres vivos e meio ambiente. Atualmente o Brasil usa padrões do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) para classificação toxicológica de agrotóxicos. Para o manejo de agrotóxicos, o Decreto 4074/2002, estabelece o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) aos agricultores (BRASIL, 2002). O manejo seguro de agrotóxicos exige a correta utilização dos EPIs e a utilização incorreta ou subutilização desses equipamentos acarreta em prejuízos à saúde do trabalhador e possíveis intoxicações. O objetivo desse estudo foi analisar o uso de EPIs por agricultores no cultivo do alho e da uva no município de São Marcos/RS e identificar os riscos decorrentes de acordo com a classificação toxicológica humana e ambiental dos 46 tipos de agrotóxicos utilizados nessas culturas. Trata-se de uma pesquisa quantitativa de campo, caracterizada pela busca de dados primários diretamente com os agricultores familiares do município de São de Marcos/RS. A amostra até o momento foi composta por 78 agricultores. O sexo feminino é o mais prevalente entre os entrevistados, correspondendo há 69,23%. Os EPIs indicados para o uso no manejo do agrotóxico são: viseiras faciais; jaleco; calça; boné árabe ou capuz; avental e bota (SILVEIRA, 2011). Dentre os utilizados, mais de 50% dos entrevistados afirmam utilizar o jaleco, respirador, luva, calça e bota. Apenas 24,3% usam a totalidade de EPIs indicados (8). Foram citados 46 tipos de agrotóxicos utilizados, sendo 45,6% classificado como categoria 5 (Produto improvável de causar dano agudo), 36,9% na categoria 4 (Produto pouco tóxico), 4,34% na categoria 3 (Produto moderadamente tóxico), 6,5% na categoria 2 (Produto altamente tóxico), 2,1% na categoria 1(produto extremamente tóxico) e 4,2% não foram classificados. Apesar de um percentual baixo de agrotóxicos estar classificados nas categorias 1, 2 e 3, o não uso de EPIs pode ser considerado um sério risco à saúde. Diante disso, mostra-se necessário medidas de conscientização e educação aambiental sobre ao uso correto dos equipamentos de proteção individual, pois a exposição ocupacional aos agrotóxicos, mesmo em categorias consideradas menos tóxicas, está relacionada com diversos efeitos prejudiciais à saúde.
Palavras-chave: Agrotóxicos , Agricultura, Equipamentos de proteção individual