Citotoxicidade do extrato e frações da macroalga Desmarestia anceps contra a linhagem tumoral HCT 116

Autor(es): Taila Benz , Rafaele Frassini, João Antonio Pegas Henriques, Sidnei Moura,
Orientador: Mariana Roesch Ely
Quantidade de visulizações: 602

Citotoxicidade da macroalga Desmarestia anceps contra a linhagem tumoral HCT 116
Os oceanos são uma fonte rica em diversidade tanto biológica quanto química. Os organismos marinhos são adaptados a um ambiente hostil e produzem uma diversificada gama de metabólitos secundários, porém são menos estudados do que as espécies terrestres. As macroalgas marinhas antárticas estão expostas a condições ambientais adversas, podendo ser a fonte de novos compostos com atividade antitumoral. O objetivo deste estudo foi avaliar a citotoxicidade do extrato clorofórmico e frações da macroalga antártica Desmarestia anceps contra a linhagem celular HCT 116 e caracterizar quimicamente o extrato e suas frações. O extrato clorofórmico bruto de D. anceps foi obtido pela técnica de ultrassom e as frações por cromatografia líquida à vácuo. A citotoxicidade do extrato e frações foi avaliada pelo ensaio MTT, após 24, 48 e 72h de exposição ao tratamento. A caracterização química foi realizada por cromatografia gasosa acomplada ao espectro de massas. O extrato mostrou-se citotóxico contra a linhagem celular de câncer colorretal (HCT 116). O IC50 variou de acordo com os tempos de exposição ao tratamento, 37.77 ± 1.57 µg.mL-1 para 24h, 25.99 ± 1.41 µg.mL-1 para 48h e 30.48 ±1.48 µg.mL-1 para 72h. Dentre as 13 frações obtidas, apenas a fração 1 (F1) não foi citotóxica contra a linhagem HCT 116. Considerando o extrato e as frações, 48 compostos foram identificados por cromatografia gasosa, muitos destes com atividade antitumoral relatada. A citotoxicidade do extrato e frações está, provavelmente, associada ao desenvolvimento de estratégias de defesa desta alga, que resultam em uma enorme diversidade de compostos de diferentes vias metabólicas, a fim de sobreviver em um ambiente hostil na região antártica. As macroalgas têm sido uma das fontes mais ricas e promissoras de metabólitos primários e secundários bioativos e sua descoberta se expandiu significativamente nas últimas três décadas. Estes dados sugerem que extrato clorofórmico e frações da macroalga D. anceps são uma promissora fonte de compostos com atividade antitumotral.

Palavras-chave: Macroalga antártica, Câncer colorretal, Atividade antitumoral