Estudo Patológico da Peritonite Infecciosa Felina (PIF)
Autor(es): Denise Gehrke Felipe
Orientador: Eduardo Conceição de Oliveira
Quantidade de visulizações: 1986
A peritonite infecciosa felina (PIF) é uma doença viral grave e multissistêmica, de distribuição mundial, que desencadeia uma vasculite imunomediada associada a resposta celular acentuada. É causada pelo vírus da peritonite infecciosa felina (VPIF), um coronavírus felino (CoVF) fatal e de grande importância na clínica de felinos. O trabalho teve como objetivo apresentar dados clínicos e achados patológicos de felinos acometidos pela PIF. Arquivos de necropsias do Curso de Medicina Veterinária da UCS foram revisados de 2016 a 2018 para identificar os casos de PIF diagnosticados com base nas características macroscópicas e histológicas. Foram analisados os dados gerais dos animais, informações clínicas, lesões macroscópicas e microscópicas primárias e secundárias à doença. Durante o período doze felinos foram diagnosticados com PIF, com média de 3 anos de idade (variando de 4 meses a 12 anos). Os casos eram representados por oito machos e quatro fêmeas e dez gatos eram sem raça definida. Entre os casos, 58,33% apresentavam a suspeita clínica de PIF e 16,66% a possibilidade de doença renal crônica. Inúmeros sinais clínicos foram constatados nos sistemas digestório, respiratório e nervoso e em 25% dos casos foi relatado a formação de efusões. A forma efusiva foi observada em oito gatos (66,67%), sendo que em seis, ambas cavidades corporais apresentavam efusão. Os principais órgãos atingidos pelos piogranulomas característicos da PIF foram os rins (66,67%) e fígado (50%). Outros achados macroscópicos comumente observados foram linfonodomegalia (58,33%), palidez hepática (58,33%) e aumento renal (41,67%). Diferentes achados pulmonares foram identificados como congestão (75%), enfisema agudo (50%) e edema (33,33%). Em 25% dos casos verificou-se achados gástricos compatíveis com uremia. Identificou-se infiltrado inflamatório formado por macrófagos e neutrófilos atingindo rins, encéfalo, fígado, linfonodos e baço. Em órgãos linfoides também se identificou necrose folicular e hiperplasia linfoide. Em pulmões foi observado somente edema, congestão e rara pleurite piogranulomatosa. Com os dados obtidos, destaca-se o acometimento de diferentes faixas etárias, uma parcela dos casos não apresentava como suspeita a PIF e o comprometimento de diferentes sistemas corporais foram identificados nos felinos. Desta forma, pela alta casuística na população felina, a PIF deve ser considerada entre os diagnósticos diferenciais quando houverem manifestações clínicas diversas.
Palavras-chave: Gato, Vírus, Patologia