Autor(es): Morgana Schwingel Machado , Lígia Carolina Facin, Gisele da Silva da Fonseca, Ketelly Bueno Koch, Vanessa Nodari Carobin,
Orientador: Luciano da Silva Selistre
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Tanto a Doença Renal Crônica (DRC) quanto o câncer caracterizam-se como problemas de saúde prevalentes atualmente no Brasil. Apesar do aumento significativo de sobreviventes a neoplasias nas últimas décadas, informações sobre DRC em pacientes oncológicos são escassas, uma vez que o monitoramento da função renal após a conclusão do tratamento quimioterápico é insuficiente. A Taxa de Filtração Glomerular (TFG) é considerada o melhor indicador de função renal, sendo importante no rastreio da DRC. Devido à variação da creatinina de acordo com características próprias de cada paciente (como sexo, etnia e massa muscular), bem como da TFG com a idade, equações matemáticas baseadas na creatinina plasmática são indicadas para estimar a TFG. As equações CKD-EPI e MDRD são as mais utilizadas em adultos, mas possuem limitações como subestimar a TFG em funções renais próximas do normal – o que não ocorre com a equação
Full Age Spectrum (FAS), de 2016. Por não haver pesquisas sobre a concordância entre a equação FAS e as demais equações no Brasil, é necessário estudar sua acurácia e precisão na população do país. No estudo, comparou-se o desempenho da equação
Full Age-Spectrum (FAS) com as equações CKD-EPI(A), CKD-EPI(L) e MDRD ao se analisar a população de Caxias do Sul, utilizando-se a depuração de creatinina endógena (DCE) como padrão referência. Na tentativa de obter-se uma real representatividade da população e buscando-se uma maior amostragem de indivíduos, os critérios de inclusão final no estudo foram todos os pacientes, oncológicos ou não, que realizaram o exame de DCE no Hospital Geral nos últimos 8 anos. O estudo possui delineamento retrospectivo transversal com amostra de conveniência, sendo considerados na análise três critérios de desempenho: viés, precisão e acurácia. A equação FAS apresentou um maior viés, uma menor precisão e acurácia semelhante quando comparada às equações CKD-EPI(A), CKD-EPI(L) e MDRD. Portanto, sua aplicação na população do Hospital Geral de Caxias do Sul para o cálculo da TFG estimada (TFGe) não é recomendada. Ainda assim, a equação FAS permanece como alternativa viável para o cálculo da TFG, sendo facilmente aplicável ao poder ser utilizada em qualquer faixa etária. Uma vez que a equação FAS obteve resultados de maior acurácia em outros estudos com diferentes populações, pesquisas adicionais são necessárias para verificar sua validade na população brasileira.
Palavras-chave: FAS, CKD-EPI, Taxa de Filtração Glomerular (TFG)