Autor(es): Júlia Maiara dos Santos , Ana Paula Vargas Visentin, Alencar Kolinski Machado, Andiara Prates Ramos, Cátia dos Santos Branco,
Orientador: Mirian Salvador
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Globalmente, cerca de 265 milhões de pessoas de todas as faixas etárias são acometidas por depressão. Esta doença produz alterações de humor e pode afetar todos os aspectos da vida do paciente, levando à inaptidão social e profissional. Espécies reativas de oxigênio (EROs) e de nitrogênio (ERNs) representam componentes fundamentais de organismos vivos e estão presentes em diversos processos fisiológicos. Quando a produção dessas moléculas é elevada, o organismo dispõe de um sistema antioxidante eficiente, que controla e restabelece o equilíbrio dentro das células. No entanto, quando esse sistema não é mais capaz de conter os altos níveis de EROs e ERNs, ocorre um desequilíbrio que leva ao estresse oxidativo. Esse desequilíbrio está intimamente relacionado com o aumento da resposta inflamatória, que pode levar à mudanças neurológicas significativas. Portanto, evidencia-se que a ação deletéria do estresse oxidativo está associada à incidência de desordens neuropsiquiátricas, dentre elas a depressão. O presente estudo teve como objetivo estabelecer o modelo tipo depressivo
in vitro em células microgliais BV-2, além de investigar o possível efeito do composto JMS23, neste modelo. Para este trabalho realizou-se o cultivo de linhagem celular microglial BV-2, proveniente de camundongos, além de ensaio de viabilidade celular (MTT -
brometo de 3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5-difeniltetrazólio). Posteriormente, foram mensurados os níveis de óxido nítrico (NO?) e peróxido de hidrogênio (H
2O
2). Para simular o quadro depressivo, utilizou-se a concentração de 10 µg/mL de GSM22, um modelo de inflamação já conhecido para essa linhagem, associado à um catabólito tóxico (TRYCAT), nas concentrações de 1000 e 2000 µM, ambos pelo tempo de 24h. A concentração de TRYCAT selecionada foi a de 2000 µM, responsável por causar mortalidade das células e elevar os níveis de H
2O
2. Com o modelo estabelecido, as células foram tratadas com o composto JMS23 (50, 25, 5, 3 e 1 µg/mL), pelo período de 1h e depois expostas à combinação GSM22 + TRYCAT. Observou-se que todas as concentrações do composto testadas foram capazes de proteger as células contra os danos ocasionados por GSM22 e TRYCAT. Dessa forma, os dados indicam que todas as concentrações poderiam ser utilizadas como forma de prevenção contra os danos ocasionados em pacientes depressivos. Embora esses resultados sejam prévios, o composto JMS23 demonstra ser bastante promissor como coadjuvante no tratamento para a depressão.
Palavras-chave: Depressão, Estresse oxidativo, Neuroproteção